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2 de set. de 2019

Resenha: Ecos do futuro





Pode conter spoilers


“- O que afirmo é que realmente o amo. E se você caça à noite, você voltará para casa.
(...)
-E dormirei aos seus pés.”




Interessantemente, “Um sopro de neve e cinzas” é finalizado em 1777, enquanto “Ecos” inicia-se um ano antes, em 1776, destacando a não-linearidade comum nessa série, afinal o tempo e a História são dois grandes protagonistas e nem um dos dois são estritamente retos. A revolução Americana havia começado e os Fraser, de certa forma, estavam divididos entre os dois polos, uma vez que William, mesmo não carregando o sobrenome, não deixava de ser um. O sétimo romance retorna ao paralelismo temporal dos primeiros, revezando a história de um passado e futuro (1980), que justificam o nome que recebeu em português.




     
Capas da edições americanas 



Para mim, os verdadeiros ecos seriam o sistema de troca de cartas que foi estabelecido entre as famílias Fraser e Mackenzie que “desafia” o tempo, entretanto elas seriam melhor denominadas de “ecos do passado” uma vez que eram via de mão única, enviadas dos Fraser para seus filhos e netos no futuro, uma forma de matar a saudade de Jemmy, Bree e Roger e fazer com que Mandy conhecesse um pouco dos avós que eles acreditavam que a menina nunca veria. O seguimento de história dos Mackenzie tem uma abertura lenta por mostrar principalmente seu estabelecimento no novo tempo, sua rotina e as dificuldades de Jemmy de adaptação, no entanto, quando os conflitos surgem, iniciando-se em especial com o novo emprego de Brianna e as dificuldades que ela enfrenta por ser uma mulher no meio de tantos homens, ele torna-se tão empolgante quanto os acontecimentos finais do enredo dos Fraser.





Capa de um dos tomos da primeira edição em português no Brasil publicada em dois volumes pela editora Rocco




No século XVIII, os Fraser se preparam para retornar à Escócia a fim de recuperar a máquina de impressão de Jamie. Como jovem Ian havia cometido um assassinato em Fraser’s Ridge, Jamie resolve cumprir a promessa que havia feito para a irmã anos antes e levar seu filho de volta para ela e ainda protege-lo de qualquer represália nas trezes colônias. Ainda na “América”, um homem chamado Percy Beauchamp/Wainwright (antigo conhecido de Lorde John e de quem o próprio Lorde tem suas suspeitas) está a procura de Fergus que pode ser um herdeiro de uma família rica, mas ninguém sabe ao certo se isso não pode trazer algum perigo para todos eles. Na ida para a Escócia, uma nova aventura no mar surge, assim como um sentimento de nostalgia em relação ao “Resgate no mar”.


Capa da atual edição em português publicada em volume único pela editora Arqueiro

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Quem começa a ganhar bastante destaque nesse livro é William Hamson, filho ilegítimo de Jamie e enteado de Lorde John. Eu tenho a opinião de que ele é um personagem insuportável desde criança e a idade ainda não fez com que ele melhorasse – muito provavelmente resultado de ser um jovem rico e mimado criado para acreditar que poderia ter tudo- e os pontos de vista dele são no geral os que eu mais detesto, porém o seu enredo faz conexões importantes e instigantes com a história, em especial quando sua trama cruza com a dos Fraser. Além disso, eu tenho esperança que William amadureça ao longo da sua jornada com todas as verdades e novas realidades que ele precisará encarar. Talvez ele se torne alguém menos irritante. Lorde John também vai ganhando um papel cada vez maior nesse patamar da trama assim como vão sendo introduzidos outros membros de sua família de forma mais destacada, como seu irmão Hal, o qual havia feito pequenas participações em alguns dos livros anteriores – mas se você já leu os contos da série Outlander, pode estar muito bem familiarizado com ele nas aventuras de Lorde John e na história de como Hal e sua esposa Minnie se conheceram--  e sua sobrinha (filha de Hal), Dottie, além dos outros filhos de Hal que tendem a ir aparecendo ou tendo importância para o decorrer da história. Eu sou completamente apaixonada por Hal e Minnie e pela família deles como um todo, queria muito que Diana reservasse um espaço para outra novela ou conto mostrando mais sobre a dinâmica familiar deles, quando seus filhos eram crianças, ou mais detalhes do início do seu casamento, pois no conto “A fugitive green” (sem tradução para português ainda e incluso na Antologia de Outlander, “Seven stones to stand or fall) vemos apenas como Hal e Minnie se casaram. Outra aparição importante, porém tratada de forma bastante incidental no enredo é a de Denis Randall-Isaacs, o filho de Alex e Mary Randall, mas que historicamente todos acreditam ser de Black Jack.




As teorias que os personagens criam sobre as viagens do tempo passam a retornar a trama quando Roger encontra a notícia sobre o incêndio na casa dos Frasers- o qual ele já sabia não ter matado seu sogros através de uma de suas cartas- e a data está mudada (Para saber mais sobre a teoria gabaldon sobre viagem no tempo, leia: A teoria Gabaldon de viagem no tempo). A ideia de que eles podem sim mudar a história, em situações pequenas, na esfera individual, é reacendida.





O primeiro Fraser com quem William tem um forte relacionamento é Ian, não apenas o primo lhe salva a vida, mas eles se apaixonam pela mesma mulher, Rachel, e isso passará, mais à frente a causar discórdia entre os dois. O clima de guerra na América é muito forte, e como Jamie e Claire foram obrigados a parar no forte Ticonderoga pelo seu capitão, atrasando sua viagem para Escócia, eles participam durante uma parte grande do enredo dos preparativos das batalhas e dos acampamentos de guerra, trazendo um contexto parecido ao da segunda metade de A libélula no Âmbar. Não apenas o contexto, mas assuntos, que acreditávamos estar enterrados no segundo romance ressurgem e podem ameaçar os Frasers. Ao chegar a Lallybroch, Jamie, Claire e jovem Ian descobrem que Ian sênior está morrendo. Por mais que Jenny peça, não há nada que Claire possa fazer, e isso acaba por causar uma rachadura na amizade delas. Claire precisa voltar antecipadamente à América para socorrer Henri-Christian e assim o casal se separa mais uma vez. O reencontro deles é fantástico, principalmente por todos os desdobramentos relacionados ao fato de tanto Claire, quanto Lorde John acharem que Jamie tivesse falecido em um naufrágio.






Surpreendentemente, Roger encontra um viajante do tempo nos anos oitenta, alguém por quem ele não tem nenhum afeto após acontecimentos em livros anteriores e o desaparecimento de Jemmy causa uma grande reviravolta na vida dos Mackenzie.



O final do livro sete é encantador, sendo protagonizado por Ian e Rachel e tenho certeza que não há um único leitor da série que não torcesse para que Ian encontrasse sua paz e seu amor, após tanto sofrimento nesse ângulo da vida do rapaz. Diana escolheu como tema desse livro “Nexo”, e honestamente foi o tema mais vago de todos até agora, pois todos os protagonistas tendem a estar ligados em seus livros não apenas nesse.O  tema alternativo faz mais sentido para mim, o qual ela afirma ser “mortalidade”, mas também é algo presente em outros livros, porém não com tanta força. Talvez por acharem temporariamente que Jamie e Jenny haviam morrido, pelo falecimento de Ian sênior, por Claire precisar viajar sem o marido para ajudar a salvar a vida de Henri- Christien,  o ferimento de Rollo, o ataque a Ian e Rachel mais no final e etc..., além da presente guerra, realmente tem muitas cenas em que o coração fica na mão pensando se não iríamos perder algum dos personagens queridos, mas a noção de mortalidade também se faz muito presente nos livros anteriores.


Nessa edição, a autora nos presenteia com uma nota falando um pouco sobre a sua pesquisa e alguns pontos da história que ou são reais ou que foram adaptados de situações e pessoas que existiram. É um romance que conta com tudo que amamos de Outlander, e apesar de graças a Deusa dos bons leitores não terminar em suspense, ele contém problemas os quais não são completamente resolvidos que atraem o leitor para o próximo livro.




Por Tuísa Sampaio



REFERÊNCIAS:
GABALDON, Diana. Ecos do futuro. São Paulo: Arqueiro, 2019.
GABALDON, Diana. The Outlandish Companion. New York: Delacorte Press, 2015. V.2.



14 de mai. de 2019

Resenha: Lorde John e a Peste de Zumbis


(Uma novela da série Outlander presente na antologia de fantasia urbana, Ruas Estranhas)




“Tendo encontrado bruxas alemãs e fantasmas indianos, e passado um ano ou dois nas Highlands escocesas, ele conhecia superstições pitorescas melhor que a maioria.” - Lorde John e a peste de zumbis


Cronologicamente dentro da série Outlander, “Lorde John e a peste de zumbis” se passa entre “O resgate no mar” e “Os tambores do outono”, no ano de 1761, tendo como personagem principal Lorde John Grey – como fica óbvio pelo título. Diana criou uma série de romances e novelas incluídos no gênero de mistério histórico em que Lorde John, o inicialmente carcereiro e diretor da prisão de Ardsmuir e mais tarde melhor amigo de Jamie Fraser é o personagem principal. Jamie também participa de algumas das histórias de Lorde John como em “The scottish prisioner” (“O prisioneiro escocês” em tradução livre) e “Lord John and the brotherhood of the blade” (“Lorde John e a irmandade da espada” em tradução livre). 







O que comumente nos referimos como “série de Lorde John” ( a meu ver uma série spin-off), de acordo com a autora faz parte da série Outlander. “Lorde John e a peste de Zumbis” não é o primeiro livro dentre essas histórias de mistério estreladas por John em termos cronológicos (no final desse texto, vou deixar a disposição a ordem deles), mas até agora é o único a ser traduzido para o português. Como cada aventura tende a ser relativamente independente então, no geral, é possível compreender quando lidos fora de sequência. Porém, o leitor deve ficar atento para as datas e acontecimentos, que por vezes podem ser mencionados em outros dos livros. 



                              Capa da antologia Ruas Estranhas, onde está incluída a novela "Lorde John e a peste de zumbis"
                                                                      Link para compra- amazon: Ruas Estranhas


Em “Lorde John e a peste de zumbis”, Grey é chamado à Jamaica pelo governador para liderar um contra-ataque e tentar pôr fim a uma rebelião escrava. A história que poderia se tratar de uma aventura aleatória de Lorde John também cita o assassinato do Sr. Abernathy, o último marido de Geillis Duncan (que vive sob a identidade de sra. Abernathy em “O Resgate no Mar”) . Apesar de Jamie não aparecer nesta narrativa, os pensamentos de John de vez em quando o levam a ele. 



“Seria possível chamar de amante um homem que nunca tocava você – que se recolhia com a simples ideia de tocá-lo? Não. Mas ao mesmo tempo, como chamar um homem cuja mente tocava a sua, cuja amizade constrangida era um presente, cujo caráter, cuja própria existência, ajudava a definir a sua própria?” 



Durante sua investigação, John dá de cara com o que os nativos chamavam de zumbis, “mortos-vivos”, ou pelo menos era isso que diziam, e o processo para descobrir e entender o que estava ocorrendo na ilha foi ficando mais complexo e mais sombrio. Haveria elementos sobrenaturais na região e estariam eles ligados às revoltas dos escravos? Há todo um misticismo relacionado às práticas religiosas das tribos locais que causa o receio e as dúvidas de Lorde John e o desconhecimento de muito dessa cultura ainda hoje cria “medo” simplesmente por ser algo estranho às crenças hegemônicas. É a astúcia, a coragem e a disposição para não duvidar de nada de John Grey que o permitem solucionar o caso e cumprir o papel que a coroa britânica lhe designou. 



                                                                                                         Capa do e-ebook em inglês 
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Para mim, essa é uma das histórias de John mais fracas, os outros casos em que ele é envolvido tem uma complexidade tanto no quesito mistério, quanto na emoção, maior. Assim, como são mais interessantes. Porém, rever Geillis acrescenta mais do quanto ela pode estar envolvida com o assassinato desse marido (como com o dos anteriores) e seu caráter místico e malicioso. Essa não é a única novela em que a personagem aparece. Ela também tem seus momentos em “The space between” (ainda sem publicação em português), no qual ela é citada no enredo através de um pseudônimo e consequentemente, pode-se descobrir um pouco mais do que ela fez no salto de vinte anos em que ela e Claire se desencontraram. 



Àqueles que não leram nenhum aventura solo de Lorde John, essa é uma oportunidade de conhecer Tom, seu valete, uma espécie de criado pessoal com quem John estabelece uma relação de cumplicidade bastante gostosa de se ler (Tom aparece em todas as histórias de Lorde John menos em “Lord John and the Hellfire club”). Por mais que Lorde John seja um personagem querido, sua trajetória nessa história era uma com a qual eu torcia contra. Queria a solução do caso, mas que os “escravos” saíssem vitoriosos em relação aos colonos. É uma novela que destaca a rebeldia e a resistência do povo negro quando diante daqueles que os roubaram a liberdade, o que por vezes nossa história tradicional esconde, mostrando uma certa subserviência e aceitação. Na Jamaica, para eles, era até mais fácil fugir. Era seu lar, eles conheciam a terra o suficiente para encontrar esconderijo, mas não deveriam precisar se esconder e viver como fugitivos em seu próprio país. Como Claire falou uma vez em relação aos ingleses na Escócia (na primeira temporada- ep 06) “a terra é deles, nós que estamos a ocupando”, também vale para os ingleses na Jamaica e em todas as suas colônias, assim como para todos os europeus que usurparam pessoas e terras, mexeram com divisas, suprimiram religiões e identidades em nome do lucro e de suas crenças vistas como verdades absolutas. 



Para mim, todas as aventuras de Lorde John são leituras muito prazerosas, umas mais e outras menos, assim como os contos e novelas da série Outlander protagonizados por outros personagens, que suprem lacunas deixadas nos romances principais. Abaixo segue a ordem cronológica das histórias de Lorde John: 



- Lord John and the Hellfire Club- 1756 - conto na coletânea de histórias de Lorde John “Lord John and the hand of devils- por enquanto sem publicação em português; 

-Lord John and the private Matter -1757- (um romance- por enquanto sem publicação em português); 

-Lord John and the succubus – 1757- (novela na coletânea “Lord John and the hand of devils”)- sem publicação em português ainda; 

-Lord John and the brotherhood of the blade- 1758 - romance- sem publicação em português por enquanto; 

-Lord John and the Haunted soldier – 1758 - (novela publicada na coletânea Lord John and the hand of devils); 

-The custom of the army – 1759- (novela originalmente publicada na antologia Warriors, volume 1- também publicado individualmente em e-book, mais tarde foi incluso na antologia de Outlander “Seven Stones to Stand or fall”). Ainda não foi lançado em português; 

- The scottish prisioner – 1760- (romance)- sem publicação em português por enquanto; 

- Lord John and the plague of zombies- 1761- na coletânea Down these strange streets e individualmente em e-book, além de posteriormente incluída na coletânea de Outlander “Seven Stones to Stand or fall”, que ainda não foi publicada em português. Como a primeira antologia citada foi publicada em português com o título de “Ruas estranhas”, a novela foi traduzida para “Lorde John e a peste de zumbis”; 

- Besieged – 1762- novela publicada na antologia de Outlander “Seven Stones to Stand of Fall”, sem publicação em português por enquanto.


Por Tuísa Sampaio 

6 de mar. de 2019

Resenha: Virgens


(Uma novela da série Outlander presente na antologia Mulheres Perigosas)

“Se você vai para o inferno, eu vou também. Deus sabe que você não consegue se virar sozinho” (tradução livre) Virgens

“Virgens”, cronologicamente na série, se passa em 1740, três anos antes dos eventos do primeiro livro de Outlander, e narra uma aventura de Jamie e Ian na França, enquanto mercenários, logo após a primeira fuga de Jamie de Fort William. Ian e Jamie, por mais que já tivessem visto crueldade, principalmente Jamie após ter sido chicoteado e presenciado o AVC do pai, que o levara a morte, ainda eram inocentes. Virgens não apenas no sentido bíblico, mas como também nunca haviam tirado uma vida. De certa forma, é possível encontrar em suas conversas conteúdos mais infantilizados, ingênuos por melhor dizer, típicos de adolescentes que não conhecem mulheres e estão numa fase de curiosidade, e não se restringindo apenas a elas, mas também carregam um olhar ignorante sobre temas dos quais nunca experimentaram.





Capa da edição americana da Antologia Dangerous Women em volume único. A antologia também foi publicada em três volumes, estando "Virgens" no volume II. 





Ao encontrar com Jamie, que havia sido enviado para França por Murtagh, com o intuito de se esconder dos ingleses, Ian se assusta ao ver o sangue nas costas do amigo. Jamie conta sua história e une-se ao grupo de mercenários do qual Ian já fazia parte. Os dois amigos e sua gangue são responsáveis por levar uma jovem judia e seu dote ao encontro do seu futuro marido. O nome da antologia não é “Mulheres perigosas” por acaso. Rebekah, a noiva em questão, vai provar ser mais que um rostinho bonito e os meninos tem que usar suas cabeças para conter os danos que ela pode causar. O mais interessante dessa novela é enxergar a amizade deles dois, participar de suas aventuras, algo que por mais que esteja presente nos romances da série Outlander não é posto em foco. O Ian pai, marido e que havia sido mutilado na guerra não é o mesmo Ian brincalhão e com toques de ingenuidade que protagoniza essa história; da mesma forma, que o Jamie de Claire não é o mesmo adolescente solteirão, em luto e despedaçado pelo exílio que é descrito em “Virgens”. Essa novela, assim, traz um novo olhar à essência desses personagens. Porém, a versão imatura desses dois é bastante voltada para o próprio umbigo e para amizade que compartilham, que me peguei torcendo por Rebekah, principalmente por enxergar algo ao qual eles eram completamente cegos: a opressão que ela sofria por ser mulher. E nesse quesito, Claire permite que Jamie cresça bastante, porque ao longo da série, ela vai mostrando ao marido que uma mulher não é meramente a marionete de seus parentes.




Capa do ebook (edição em inglês)




Há uma cena colocada no enredo sobre um estupro que Jamie presenciou e a qual ele comenta com Claire em Outlander e que me incomodou muito. Eu acredito que a autora inseriu a violência mais para mostrar o choque dos rapazes em assistir a um ato sexual pela primeira vez do que qualquer outra coisa. Eu sei que a violência sexual era extremamente banalizada na época e muito mais comum do que é hoje, porém Diana usa esse recurso em excesso. Ademais, não achei que a construção em si da cena tenha feito muito pelo caráter de Ian e Jamie. A passividade deles me irritou muito, assim como um comentário machista – que deveria ser bastante comum à época, afinal até hoje acontece. Pode ser que a intenção tenha sido fazer uma crítica à banalização da violência sexual, pode ter sido para mostrar a “inocência” sexual de Ian e Jamie e/ou a função dela pode ter sido realmente incomodar (assim como foi a construção de uma cena semelhante da quarta temporada) e mostrar o quão sozinha e vulnerável está uma mulher em uma situação de estupro mesmo cercada de testemunhas. A interpretação desse trecho pode ser realizada de vários ângulos, mas uma coisa é certa: Diana usa excessivamente esse tema em suas histórias.




Edição americana de "Virgins" em capa dura 




Para quem não está acostumado a ouvir a expressão novela em referência a um texto, ela realmente não é tão usual em português, em que é bastante comum usar o termo conto tanto para o conto propriamente dito, como para novelas. Entretanto, não me sinto confortável em fugir da terminologia adequada, principalmente quando também é assim denominada pela autora e de classificar uma narrativa de mais de oitenta páginas como conto.  A novela é uma narração mais comprida e complexa que o conto, enquanto é mais simples e mais curta que o romance.





Capa da Antologia de Outlander,  Seven Stones to Stand or Fall (edição em inglês)




Jamie e Ian tem uma amizade poderosa, cunhada em cada aventura que viveram juntos e mais à frente nos laços familiares que irão os fortalecer, mas na série de Outlander percebe-se que os traumas que cada um passou entrega a eles uma solidão que o outro não compreende. Essa novela vem para mostrar o início da perda da inocência deles e uma faísca de como eles vão se moldando em quem irão se tornar. Em a Viajante do tempo, o leitor vê a amizade deles pelos olhos de Claire e no decorrer da série mesmo com a alternância de narração, só é possível ver o relacionamento de Ian e Jamie acompanhado das dores que cada um carrega. Por mais bobinhos que eles possam parecer em seus anos de adolescentes, “Virgens” permite enxergar uma imagem menos borrada dos caminhos que Jamie poderia ter seguido ou quem ele poderia ter se tornado se não fosse Claire e os sofrimentos que passou.




Capa da edição brasileira de "Mulheres Perigosas", antologia que contém "Virgens"





Em português, por enquanto, essa novela só pode ser encontrada na antologia Mulheres Perigosas publicada pela Editora Leya e organizada por George R.R Martin e Gardner Dozois. Em inglês, é possível comprar o ebook apenas da novela “Virgins”, assim como sua versão em capa dura, ou adquirir a antologia “Seven Stones to stand or fall” composta de contos e novelas escritos por Diana Gabaldon, todos do universo Outlander, na qual “Virgins” também está presente.






Por Tuísa Sampaio

20 de fev. de 2019

Resenha: Um sopro de neve e cinzas

 
Contém Spoilers


Claire e Jamie. Brianna e Roger. Jovem Ian e Rollo. As aventuras dessa família e de vários outros personagens continuam nesse sexto romance da série Outlander, Um Sopro de Neve e Cinzas (título original: A Breath of snow and ashes). O ano inicial é de 1773, o livro, dividido em um prólogo, doze partes e dois epílogos, tem como abertura o momento em que Jovem Ian escuta um grupo de homens passando próximo ao local onde estava na floresta e precisa se esconder, levando-o a ter uma conversa com Deus, e o encontro dos Frasers com uma cabana queimada cheia de cadáveres em algum lugar da colina. Quando retornam à sua casa, uma reunião com o Major Macdonald os aguarda, trazendo notícias de novos colonos escoceses e um convite para Jamie tornar-se um agente entre os índios.

Como em todo romance dessa série, novos personagens surgem e dentre eles está Bobby Higgins, enviado com uma carta para Jamie por Lorde John, Bobby havia sido marcado como assassino no rosto, condenação que Lorde John considerava injusta. Infelizmente, Bobby é ameaçado pelos Browns e seu comitê de segurança que não acreditam em sua inocência e não querem um homicida nas redondezas, ansiosos por mostrar efetividade em suas ações. A decisão de Jamie de tornar-se um agente indigenista, então, apesar dos possíveis riscos, ocorre justamente para impedir que Richard Brown o seja. Tentando descobrir mais sobre a guerra que está por vir, Jamie conversa com Roger sobre o que ele sabe que vai acontecer, o que o leva a lembrar-se de uma vidente que conhecera em Paris e que havia lhe dito que ele iria morrer nove vezes antes de ir para o túmulo. Essa previsão é uma quem vem levantando discussões nos fóruns de fãs de quais seriam as mortes de Jamie e em qual vida ele estaria. Como já vimos e também como Claire conclui, Jamie Fraser não é um homem fácil de se matar.


Capa atual da edição americana 



Dentre as trocas de correspondências entre Lorde John e os Fraser, Brianna recebe fósforo, uma substância que havia requisitado ao amigo, para que pudesse fabricar palitos de fósforo, facilitando assim o processo de acender qualquer fogo que fosse necessário. Um dos pontos que eu gosto muito em Brianna é esse seu lado “inventora/construtora”. Ela consegue facilmente trazer seus conhecimentos de química e física do século XX, além de sua habilidade com desenho para melhorar a sua vida e de toda a sua família, mesmo que isso a faça ser vista como “estranha” pelas pessoas das redondezas. Um exemplo, além dos fósforos, é sua tentativa de fazer Robin McGillivray montar as armas que ela havia desenhado, conhecimento incomum até para meninas de sua época. Ela mostra seu lado progressista com orgulho e (na maioria das vezes) não dá ouvido aos comentários maldosos. Obviamente, isso vem um pouco de Claire, entretanto, as “inovações” trazidas por Claire ao século XVIII, são no geral, relacionadas à medicina, como a sua produção de penicilina que se inicia em Tambores do Outono e as tentativas da criação de éter em Um sopro de Neve e Cinzas para poder adormecer os pacientes em quem precisa realizar cirurgias, como a de apendicite que ela faz em Aidan McCallum. Também não é possível deixar de lado a influência que o conhecimento de Frank sobre a volta de Claire ao passado fez com que ele ensinasse coisas incomuns à sua filha para uma mocinha da cidade dos anos 60- com receio que ela também viajasse- como andar a cavalo e atirar. Brianna é uma mulher bastante independente, assim como sua mãe e isso ao longo desse livro, acaba influenciando seu casamento com Roger, que não é tão moderno quanto Jamie, no quesito adaptar-se à individualidade de sua esposa. Eu entendo que a diferença maior é que para Brianna foi muito mais fácil encaixar-se no dia a dia de Fraser’s Ridge do que para ele, e isso faz com que ele se sinta inútil diante dela, enquanto Jamie nunca enfrentou esse problema. O desejo de Roger de tornar-se ministro finda por lhe dar um propósito que facilita a comunicação entre o casal, pois permite a Roger encontrar sua própria independência e sentir-se mais útil dentro de sua comunidade. Brianna mostra à lealdade que tem ao marido estando pronta para apoiá-lo em sua escolha de carreira e se dispondo a ajudar no que for preciso para que ele seja bem-sucedido.


Capa da primeira edição a ser publicada em português no Brasil pela editora Rocco (dividida em 2 tomos)



Esse é um livro que mostra, assim como a Cruz de Fogo, muito da comunidade dos Frasers, entretanto com mais ação e sem a monotonia do romance anterior. Nele, Claire vai conseguir uma nova aprendiz e assistente em Malva Christie- com quem cria um carinho, para depois ser traída de uma forma covarde, levantando dúvidas acerca da lealdade de Jamie - e um paciente extremamente teimoso em seu pai- que se revelará leal à Claire e aos sentimentos que havia escondido dela, em busca de salvá-la de uma sentença injusta por um crime que a Sra. Fraser não havia cometido. Três dos acontecimentos principais do enredo cada vez mais intricado são o sequestro de Claire por uma gangue - onde ela finda por encontrar outro viajante do tempo-mais à frente; o de Brianna, por Stephen Bonnet e o momento em que toda a família aguarda o suposto incêndio que deveria matar Jamie e Claire, mas que não ocorre na data prevista no jornal, e sim tempos depois, tendo todos os presentes –Jamie e Claire inclusive- saído com vida, mas resultando na destruição de sua casa. Jamie, ademais, tem que lidar com a decisão de virar um rebelde, pois ele sabe que a guerra será ganha por eles, mas qual seria o momento certo para se declarar? E a descoberta da verdadeira paternidade de Jemmy, além de uma nova gestação de Brianna estão entre os pontos de destaque dos enredos dos Frasers e Mackenzies.

O crescente companheirismo entre Jamie e Roger também chama atenção. Quando se conhecem em Os Tambores do Outono, a inimizade causada pelo mal-entendido da identidade de Roger faz com que mesmo com devidas emendas realizadas, eles dois não se deem lá muito bem. Ao longo dos livros seguintes, eles vão gradativamente tornando-se parceiros e confidentes. Em Um sopro de Neve e Cinzas, ambos aconselham-se quando necessário e uma relação de pai e filho vai se materializando em suas devidas proporções, mais ligada ainda quando se unem para resgatar Brianna, o laço de lealdade que os une.

O nascimento do quarto filho de Fergus e Marsali traz momentos de conflito dentro da comunidade, sendo ele um anão, em um assentamento de pessoas interioranas e supersticiosas, medo e preconceito afloram. E assim cada vez mais os Frasers se ligam para proteger uns aos outros. Como em todo livro dessa série, Diana escolheu uma palavra para ser tema e em Um Sopro de Neve e Cinzas foi lealdade. Sobrevivência seria um sub-tema que ela quase usou como definição, mas a lealdade ainda estava acima, por isso que ao longo do texto venho destacando esses dois pontos. Acredito que ambos estejam fortemente interligados pelo livro. O pequeno Henri-Christian, filho caçula de Fergus e Marsali tem a lealdade de seus pais e outros membros de sua família, mas precisa lutar para sobreviver dentro de Fraser’s Ridge. Fergus sente que não pode ser o homem que eles precisam, em uma área onde o modo de vida é a agricultura e ele tem apenas uma mão, o desespero então o domina. A saída para a sobrevivência da família será um trabalho na cidade, onde há menos preconceito e Fergus poderá realizar o ofício de tipógrafo.

Lizzie é uma personagem com um desenrolar de acontecimentos peculiares neste livro. E quando digo que o romance fica cada vez mais intricado (e a meu ver isso vem acontecendo ao longo dos livros, principalmente a partir de Tambores do Outono) é porque mesmo com a maioria das cenas sendo de Jamie e Claire ou relacionadas a eles, tramas paralelas fortes surgem. Em Um Sopro de Neve e Cinzas, além da história de Roger e Brianna que caminha quase em pé de igualdade com Jamie e Claire, são muito presentes em determinados momentos da trama, a de Fergus e Marsali, Ian e a luta para superar seu passado com os Mohawks e o romance de Lizzie com os gêmeos Beardsleys, que choca Fraser’s ridge, pelo conceito de poliamor não ser um conhecido no século XVIII.

O nascimento da filha de Roger e Brianna, Mandy, faz com que eles tenham que tomar a decisão de voltar ao século XX, uma vez que a menina precisa de uma cirurgia cardíaca para sobreviver, a qual Claire não tinha condições de realizar no tempo em que estavam e com os recursos que tinham. Com a partida dos Mackenzies e a destruição da casa dos Frasers, Claire e Jamie decidem voltar à Escócia para trazer a prensa de Jamie para as treze Colônias e entrar na luta da revolução americana. Na conclusão do livro, temos um relance da vida de Roger, Brianna e seus filhos em Lallybroch, onde se estabeleceram- no século XX- e a explicação de como a data foi escrita errada no jornal que anunciou a morte equivocada de Jamie e Claire.


                                      Capa da edição atual brasileira publicada em volume único pela editora Arqueiro
                                                   

Dentre as referências literárias que podem ser encontradas no livro, está o título da quinta parte “Great Unexpectations” (Grandes Inesperanças), a qual provavelmente relaciona-se com o título de Charles Dickens “Great Expectations” (em português: Grandes Esperanças). Não é à toa que Dickens foi um dos autores a quem Gabaldon dedicou o livro. Eu já comentei em resenhas anteriores, mas ao longo da série existem várias referências literárias e citações. Muito comum além de quotes bíblicos, são também os de Shakespeare, principalmente Hamlet e O mercador de Veneza. Infelizmente, como a maioria deles não é referenciado em uma nota de rodapé ou no próprio texto- e as inúmeras traduções do dramaturgo britânico também dificultam o reconhecimento- é difícil para o leitor encontrar todas.

Uma curiosidade acerca da parte histórica dos livros de Outlander é que os nomes dos governadores da Carolina do Norte que aparecem desde Tambores foram mantidos, e eles realmente existiram. Pode parecer obvio para alguns, mas eu imaginei que William Tryon e Josiah Martin fossem invenção da cabeça de Diana, porém sua pesquisa histórica nunca decepciona, e até onde eu vi todos os chefes de milícias citados nos livros (coronéis, capitães e etc...) também são reais. Certamente, o comportamento deles diante dos Frasers foi realmente obra da criatividade da autora, mas seus atos históricos, não. Josiah Martin, que aparece em Um Sopro de Neve e Cinzas, foi o último governador da Carolina do Norte antes da revolução americana. Outro personagem histórico importante a fazer aparição em Um sopro de Neve e Cinzas foi Flora MacDonald (especificamente em uma recepção em River Run), famosa por ter ajudado o príncipe Charles Stuart a fugir disfarçado de mulher após a derrota na batalha de Culloden.

Em um livro no qual lealdade e sobrevivência se entrelaçam, uma mente estratégica como a de Jamie Fraser é extremamente poderosa. É graças a ele que muitos dos conflitos são solucionados. A sua lealdade para com Claire e para com a sua família é absolutamente admirável, mas sempre esperada. Lindo foi também ver relances da sempre presente lealdade de Lorde John para com seu amigo Jamie em suas trocas de cartas em meio à guerra iminente, a qual pretende testar os laços que os unem. Com a Revolução Americana cada vez mais próxima, essas lealdades devem ser mais expostas e as tensões irão aumentar. Um Sopro de Neve e Cinzas é um livro forte e cheio de ação, mas também repleto de amor e respeito aos laços familiares e às escolhas que precisamos fazer para sobreviver, sabendo dosar na medida certa a calmaria do dia a dia do assentamento, com os embates que a disturbam.


Por Tuísa Sampaio


REFERÊNCIAS:

GABALDON, Diana. Um sopro de neve e Cinzas. São Paulo: Arqueiro, 2018.

GABALDON, Diana. The Outlandish Companion. New York: Delacorte Press, 2015. V.2.




31 de jan. de 2019

Livro x série de TV: episódio 13 (season finale)- Man of worth



Livro x série de TV: episódio 13 (season finale)- Man of worth 




Contém spoilers dos livros e do episódio 



“- Desça- ordenou- e diga a eles que os Mackenzie estão aqui”
Brianna em Os Tambores do Outono 



Assim que eu terminei de assisti ao último episódio dessa temporada, tive um pequeno momento de desespero pensando em como iria escrever esse texto. Muito do livro foi cortado e bastante liberdade dos roteiristas foi utilizada nessa adaptação. A empolgação que eu tive nos primeiros episódios desta temporada foi assassinada no season finale, em que não colocaram as duas cenas que eu mais ansiava ver no final da interpretação de Os tambores do Outono. Foram usados como base para este episódio trechos dos capítulos 57, 60, 61, 63, 64, 66. Os capítulos aos quais me referi tiveram um ponto ou outro colocado na série ou meramente um tema, nem um foi adaptado completamente. 



- O resgate de Roger 




No capítulo 57 (um sorriso desfeito), Jamie discute com o chefe indígena sobre a soltura de Roger. O chefe iria levar o assunto a um conselho. Os Frasers já estavam lá há três dias e Ian havia se familiarizado com as índias, principalmente com uma a qual ele chamava de Emily. De início, os Mohawk não queriam confirmar a presença de Roger, para que os Frasers não tentassem resgatá-lo em vez de negociar. A proposta dada ao conselho era trocar Roger pelo uísque. No episódio, eles não tiveram nem tempo de levar nada a conselho algum, nem passaram essa quantidade de dias na aldeia. Assim, que os índios enxergam a pedra que Claire carregava se assustam e isso os afugenta. No livro, Claire tem cuidado para que não vejam a pedra, a opala. Jamie até a menciona os índios, mas eles ficam temorosos em relação a ela e ele pede para que Claire a continue escondendo. No livro, Ian trabalhava como espião dentro da aldeia, comendo em todas as tendas, escutava as fofocas. Muitas da moças estavam interessadas em Roger e queriam que ele fosse adotado pelos Mohawk como índio, assim Claire pede a Jamie que fale com Ian para que isso seja espalhado aos homens a fim de que eles mesmos não queiram Roger presente devido a concorrência. Por sugestão de Ian, eles fazem uma degustação do uísque para ajudar na decisão. Durante essa degustação, Claire ajuda um menino com um ombro deslocado e umas mulheres pedem para ver a opala, lhe questionando como ela a conseguiu. Ela conta que foi num sonho, e fala da tempestade e do crânio que achou com a pedra, onde viu um homem com o rosto pintado de preto. Elas o chamaram de O portador do fogo. A anciã fala então a história que a índia conta a Claire no episódio quando tenta roubar sua pedra, porém com mais detalhes e nomes. Ela fala que o nome do índio era Dentre de Lontra e por fim, pergunta o porquê de ele haver lhe dado a pedra e falado com ela. Claire responde que não sabe, mas que talvez seja por ela ser da “família” dele. 








No final do capítulo 60, quando tem sua cabeça acertada e fica semiconsciente é ao lado de Jamie Fraser que Roger acorda e é Jamie quem conta sobre a morte da amante do padre Alexander. Um dos primeiros pensamentos de Roger ao ver Jamie foi que não havia sido a mando de Brianna que o pai batera nele e o vendera como escravo. Algo que no episódio, ele acaba chegando a mesma conclusão logo após surrar Jamie como “vingança” e perguntar sobre Bree. Assim que Jamie acorda ao lado de Roger, ele pergunta por Claire. A isso, Roger retruca sobre a presença de Claire ali. Jamie pede desculpas a Roger e diz que o quer que ele queira fazer com ele em retorno pode esperar eles saírem dali. Estavam ambos escondidos em uma cabana. Jamie começa a lhe contar o que ele sabia que tinha acontecido do lado de fora. Sobre a morte da índia e a confusão causada por bebida demais. Roger pergunta a Jamie quantos homens ele havia trazido com ele e Jamie lhe responde que seu sobrinho Ian. Roger então complementa “só?” e Jamie continua lhe questionando quem ele estava esperando, se 78º regimento da Guarda Negra. No episódio, a pergunta de Roger é mais geral não relacionada a homens e é feita quando Claire e Jamie entram na tapera. Na resposta, Jamie fala de uns amigos mohawk e a brincadeira sobre quem ele esperava foi com o clã Mackenzie. Após algum tempo em silêncio, Roger questiona a Jamie onde está Brianna. Jamie responde que em River Run, com sua tia, em segurança. Roger pergunta então porque trazer Claire, mas não Brianna. Jamie diz que não queria ter trazido Claire, porém ela era muito teimosa. Roger conta sobre o handfasting a Jamie, algo que Brianna no livro ainda não falara ao pai. 



No capítulo 61 (ofício de padre), dois guardas levam Claire à tapera onde estão Roger e Jamie. Ao rever Roger, Claire o abraça e ele lhe pergunta sobre Bree, ela responde que a filha está bem. Quando Claire está prestes a contar sobre a gravidez de Brianna, Jamie a interrompe perguntando se ela está bem. Enquanto Claire cuida do braço de Jamie, que pode estar quebrado, ele fala que não contou sobre Brianna a Roger e não queria que ela contasse. Na série, Jamie não tem nenhum problema em falar sobre a situação da filha. No livro, Jamie achava que deveriam falar sobre a gestação, mas não sobre Bonnet. Ele fala a esposa para esperar estarem pelo menos em segurança para contar sobre o estuprador. Quando Roger pergunta novamente sobre Brianna, Claire joga a bomba sobre a gravidez, mas diz apenas isso. No episódio, eles contam primeiro sobre estupro para depois falar sobre o bebê, ambos quando já haviam saído da vila. No capítulo, o rosto de Roger se ilumina no comentário de Claire em relação a Brianna querer acompanha-los mas que eles não haviam permitido. Antes disso, ele estava com medo de ela não o querer por não ter contado sobre o handfasting aos pais. Roger ficou aliviado que Brianna não havia mandado o pai vende-lo devido à briga que tiveram, atitude extrema até para uma garota de seu temperamento, ele comenta, assim como na série. Roger menciona o motivo da briga, a notícia sobre a morte de Jamie e Claire, e Jamie afirma que Bree já havia dito a eles. Essa foi a razão pela qual ele havia deixado Claire vir com ele, afinal ela não poderia morrer duas vezes. Quando Roger conta que escondeu o anúncio para manter Brianna em segurança, Jamie passa a olhar para ele de forma diferente, com aprovação. Para Claire foi o contrário, ela ficou furiosa. Eles são interrompidos pelos mohawk que acreditando que Roger fosse sacerdote pedem que ele batize a criança de Alexander- o padre tinha dito que Roger era filho de um ministro, então eles assumiram que ele também seria-, pois eles irão partir e tem medo que ela não sobreviva. Roger o faz, com a concordância de Jamie que afirma que em caso de necessidade qualquer homem pode exercer o ofício de padre. Roger deu o nome de Alexandra à menina, em homenagem ao pai. 



Os Frasers e Roger ainda ficam um tempo presos na cabana, a espera de saber o que os índios pretendiam fazer com eles. A adoção de Ian foi a resposta pela morte de um homem supostamente por Jamie e o uísque foi aceito em pagamento pela vida deste. No episódio, a liberdade de Roger foi trocada pela de Ian. Na adaptação assim como no livro, Jamie se oferece primeiro, mas Ian já havia feitos amigos na aldeia e estava de olho em Emily, não foi uma decisão descontextualizada como na série. Quando Ian aparece na tapera para avisar à família sobre sua adoção, ele está com parte do cabelo raspado e com tatuagens mohawks. Ian pede desculpas a Roger, assim como na série. Claire, Jamie e Roger ficam para assistir ao “batismo” de Ian, onde o sangue branco é lavado e ele recebe um novo nome: Irmão do Lobo. Durante o caminho, Roger fala sobre ter achado um círculo de pedras em algum canto entre a Carolina do Norte e Nova Iorque. Claire lhe explica que pelo tempo, Brianna não teria condições de viajar até as pedras, e Jamie completa que Roger não precisa ficar, o que ele também fala no episódio. Roger responde da mesma forma que na série, em formato de pergunta sobre a possibilidade de ele deixar a esposa e o filho. Claire fala então que a criança pode não ser dele, e Jamie assim como na série, após Roger ter se assustado com a situação, diz que após ele ter deixado Bree sozinha ela foi estuprada. O resto do diálogo do episódio segue bem semelhante- porém resumidamente- ao livro exceto que Roger ao responder que não foi embora pela briga, e sim por que ela pediu; no capítulo, ele fala que partiu em busca das pedras. A citação de Jamie que Roger custou a ele um rapaz que ele ama é na verdade retirada do capítulo 67 (cara ou coroa). Jamie e Claire partem e deixam Roger com sua decisão. 





- A volta dos Frasers 





Apesar das cenas de Murtagh não existirem no livro, quando no episódio, ele pede para Brianna perdoar o pai, pelo bem dele e dela, e ela responde que já o perdoou, essa conversa existe no capítulo 62. Entretanto, é Lorde John quem fala isso a jovem e ele o faz, quando Jamie já está chegando em River Run, acrescentando então para que ela vá dizer isso pessoalmente ao pai e ela o faz. O diálogo ocorre enquanto ele está se recuperando da pancada na cabeça que levou na prisão, o que sabemos não aconteceu no episódio anterior. Quando os Frasers chegam, Claire vai examinar Lorde John e ele pergunta onde está o sr. Mackenzie, a isso Claire responde que ele virá. A conversa que se segue entre eles é bem interessante, mas foca nas condições médicas de Lorde John. Importante dizer que Claire e Jamie chegam a River Run antes de Brianna dar a luz, sendo a mãe quem realiza o parto da filha, uma das cenas que eu mais queria ver na série e não foi inserida, outra era o final com a chamada dos Mackenzie. No episódio, Brianna tem o bebê dois meses antes da volta de seus pais. 





- O parto de Brianna 




No capítulo 64 (última chance) há a narração do parto de Brianna, um dos momentos mais lindos entre os Frasers neste livro. Durante as contrações da filha, Claire brinca dizendo que é como beisebol, pois são longos períodos tediosos, com curtos de agitação. Jamie estava presente e acaba sem entender a conversa que se segue em relação a esse jogo. Quando Jamie começa a se levantar para sair, Bree pede para que ele fique. Claire solicita que Jamie caminhe com Brianna, até que esta pediu para se deitar. 



“- Papai!- Brianna esticou o braço sem olhar, debatendo-se quando uma contração tomou conta do seu corpo inesperadamente. Jamie se lançou para ela e segurou sua mão, apertando com força.
- Estou aqui, a bheanachd, estou aqui.” 



Bree pede para que ele converse com ela, e Jamie passa a contar uma história sobre uma solteirona que finda por deixa-la um pouco irritada e tornar a situação levemente cômica. Assim que o bebê nasce, Jamie pergunta se é um menino e Claire brinca dizendo que espera que sim, porque se for uma menina é a coisa mais feia que já viu. Após Bree expelir a placenta, Claire comenta que ele é lindo. Brianna pergunta se o bebê está com fome e Claire responde para ela tentar amamenta-lo. 



“Jamie havia descido para contar a John; estava esperando por mim aos pés da escada. Ele me recebeu de braços abertos sem nada dizer e me beijou; quando me soltou, vi as marcas vermelhas das unhas de Brianna nas mãos dele, ainda não totalmente desaparecidas.
- Você foi muito bem – sussurrou para mim. Então a alegria de seus olhos se tornou um sorriso enorme – Vovó! 



Após o parto Jamie e Claire ficam discutindo se talvez conseguissem descobrir de quem era o filho pela cor do cabelo, mas Claire afirma que nem isso confirmaria, talvez só se ele se parecesse com um dos pais. Logo depois, vem uma citação linda em que Jamie fala que se não conhece o pai dele, conhece o avô. O capítulo se conclui com Claire pensando em Frank e fazendo perguntas ao céu, a ele. Na série, eles resolveram fazer uma cena rápida de parto, sem os pais e comum. Não teve a união familiar que foi representada no livro. Jamie não esteve presente no nascimento de nenhuma das filhas, mas pôde estar na sala e acompanhar a chegada do neto e os roteiristas não acharam que isso fosse importante. Prefeririam dar mais espaço a um surpreendente relacionamento entre Jocasta e Murtagh, do que colocar uns cinco, dez minutos a mais em uma cena de parto que fosse digna da que Diana escreveu. 








- O retorno de Roger 




No capítulo 65 (retorno à cordilheira dos Frasers), Claire comenta que seria necessário dinamite para separar Jamie do neto, enquanto isso na série, pelo que se pode ver neste último episódio, não houve da parte de Jamie essa comoção toda pelo nascimento do neto. Nesse mesmo capítulo, eles chegam de volta à cordilheira, seu lar. No episódio, Roger retorna para eles em River Run. No livro, será já em Fraser’s Ridge. Brianna ficou calada na pergunta de Lizzie sobre quando nomearia o bebê, Claire sabia que era por que estava esperando a chegada de Roger. Esse é o único ponto deste capítulo que de certa forma foi adaptado no episódio, quando Jocasta afirma que Bree estava esperando Roger para dar um nome a criança. No final do capitulo, há a descrição do fim da jornada de Roger, não sei se podemos dizer que isso foi incluído no episódio ou não, considerando que ele foi para locais diferentes e o foco estava em Brianna na chegada de Roger e não nele. Além do mais, não é nesse momento que ele a encontra. 



No capítulo 66 (sangue do meu sangue) é quando Roger chega a Fraser’s Ridge e quem primeiro o vê é Claire. Já no episódio é Brianna, enquanto olhava pela janela. No livro, Claire lhe diz que ele tem um filho. 



“- Ele é meu? Eu tenho um filho?
- Acho que sim- disse. – Você está aqui, não está?” 



Roger entra no ambiente em que se encontram Jamie e Brianna, Lizzie e o bebê. Ao ver Roger depois de todo esse tempo, Brianna se assusta, o bebê fica agitado e ela o coloca no peito. Roger então passa a falar com Jamie e diz que vai lhe fazer um juramento, por ele ser seu parente mais próximo. Jamie corta o pulso de Roger, com o sangue Roger fez uma cruz grossa na testa do bebê. 



“- Você é sangue do meu sangue- disse baixinho – e osso dos meus ossos. Recebo você como meu filho diante de todos os homens, de hoje em diante.
(...)
- Como ele se chama?
- Ainda não tem nome.
(...)
- Ele é meu filho – disse Roger baixinho meneando a cabeça para o bebê. – Você é minha esposa?
Os lábios de Brianna ficaram pálidos.
- Não sei.” 







Alguém me explica por que cortaram isso para colocar Murtagh e Jocasta na cama? Parece que não tinham coisa mais importante do livro para pôr no episódio e tinha e muita. Jamie se intromete na conversa e fala que se eles fizeram o handfasting, então estão casados. Bree pergunta se ele voltou porque quis ou por obrigação. Ele disse que não sabe. Ela lhe questiona se ele foi ao círculo de pedras e ele diz que sim, por isso demorou a voltar. Ela lhe afirma que não quer que ele viva com ela por obrigação, pois ela já vira um casamento por amor e outro por obrigação e não quer o último. Jamie decide então que quando completar o tempo do handfasting, ou seja, quando passar um ano e um dia, Bree deve decidir se quer se casar permanentemente com Roger, enquanto isso ele viverá lá como seu marido. Jamie ameaça Roger caso ele trate Brianna mal, e assim os dois começam a brigar. Ficou claro que o reencontro deles foi bastante diferente nas telas e no livro, tanto nas ações, quanto no clima de emoções. A relação de Brianna e Roger fica estranha por um tempo, eles vão precisar voltar a se acostumar um com o outro, e com os traumas que passaram. Bree devido ao estupro e a gestação sente-se entranha com o próprio corpo que não é mais completamente seu, tendo o divido com seu filho por nove meses e ainda sendo fonte de alimentação para ele. Roger, em decorrência dos maus tratos que sofreu com os índios e do cerceamento de sua liberdade não é mais o mesmo homem com quem ela se casara. O final do capítulo 66 descreve os cuidados de Claire em relação ao pé ferido de Roger, o qual não aparece na série, uma vez que o pé de Roger não foi machucado. Para tal procedimento, Claire pede ajuda de Brianna com a intenção de fazer com que o casal de reconectasse, o que finda por funcionar. Bree segura a mão dele e o consola enquanto ele sente dor. Após desinfetar o ferimento, Claire coloca vermes nele para que comam a carne morta. Como o episódio é concluído com o encontro de Bree e Roger e a convocação de Jamie para formar uma milícia (algo que só ocorre em A cruz de fogo, próximo livro, obviamente sem a ordem de matar Murtagh), os capítulos finais (67 a 71) não foram incluídos no episódio. Entretanto, como eu amo o final de Os tambores do Outono e desejava muito que a conclusão da temporada tivesse sido a mesma farei um pequeno comentário sobre ele. No capítulo 67, Jocasta envia um convite através de Duncan Innes para Jamie e sua família irem ao encontro de escoceses que haverá, no outono, no monte Hélicon. É nesse capítulo que ficamos sabendo que Duncan e Jocasta pretendem se casar, trama que não foi incluída na série, uma vez que Duncan foi deletado dela. No capítulo 69 (Jeremiah), é discutido o nome do pequeno Jemmy (o que me faz pensar na possibilidade de isso talvez ser inserido no início da próxima temporada). Jeremiah (nome do meio de Roger, a pedido dele. Também era o nome do pai de Roger e comum na família, tendo sido utilizado em várias gerações) Alexander (segundo nome de Jamie) Ian (por causa do primo e de John, uma vez que Ian significa John em gaélico) Fraser Mackenzie. No capítulo em si não fica claro qual será a combinação e a ordem, apenas que terá Jeremiah, um dos nomes de James e Ian. No capítulo 70 (a reunião), os Frasers haviam viajado para o monte Hélicon e lá encontram com John Quincy Myers que lhes dá notícias de Ian. O jovem estava vivendo bem entre os Mohawks e portando-se como um. Ian deu uma carta para Myers entregar aos seus tios, na qual dizia que havia se casado dentro da tradição Mohawk. Sua esposa era Emily, uma das moças que ele havia conhecido durante o resgate de Roger e por quem ele já se encantara, ela estava grávida de seu filho. Rollo se reproduziu lá também e era pai de vários filhotinhos. Durante a reunião, Fergus e Jamie chegam de carroça e Jamie diz a Lizzie que tem uma surpresa para ela. Da sua carroça sai o pai da mocinha. O contrato de servidão de Wemyss, pai de Lizzie, seria queimado durante o encontro a mando de Jamie. Roger cantou durante a reunião escocesa, assim como cantou na que frequentara com Brianna no século XX. E Claire usa suas habilidades de médica para atender muitos dos imigrantes que chegaram por ali. De repente, um regimento das terras altas chega e aqueles presentes ficam em dúvida se são amigos ou inimigos até que um deles se aproxima de Jamie e diz que se chama Archie Hayes, e ouviu dizer que Jamie conhecera seu pai. Esse era o filho Gavin Hayes, o qual ele não tinha notícias há anos, pois havia se perdido dele durante Culloden. O filho não foi mencionado na série. No capítulo 71 (o círculo se fecha), não à toa, o livro se inicia no outono e se conclui nele como um ciclo, no começo da história de Roger e Brianna temos eles em uma reunião no seu próprio tempo e outra no passado. Nesse capítulo, Roger conta a Jamie que antes de viajar através das pedras em busca de Brianna foi a casa de seu pai em Inverness e acabou encontrando uma carta de Frank Randall. Ele queria perguntar a Jamie se deveria contar a Claire e a Brianna sobre ela. Nela, Frank escrevia ao Reverendo Wakefield que tinha um problema no coração, e por isso, queria se confessar com ele. Ele explica ao reverendo o porquê ter pedido para colocar o túmulo de Jonathan Randall e ao lado dele o de Jamie no cemitério de St. Kilda (onde anos mais tarde Claire o acharia em A libélula no Âmbar). Caso Bree procurasse sobre a sua história, sendo Jonathan um ascendente do pai, ela encontraria o túmulo de seu outro pai. Ele tinha certeza que um dia, Claire levaria Bree a Escócia e muito provavelmente a este cemitério. Frank continua informando que passou a pesquisar sobre Jamie Fraser e descobriu que ele realmente existira. Ou seja, Frank sabia que Jamie não havia morrido em Culloden e escondeu isso de Claire. Ele não acreditava que Claire deixaria Brianna para seguir Jamie, mas ficou com medo disso mesmo assim. 



“Quanto a Fraser: devo amaldiçoa-lo por ter roubado minha esposa ou abençoá-lo por ter me dado minha filha?” 



“Se Frank Randall tivesse escolhido esconder o que descobriu, se nunca tivesse colocado aquela pedra em St. Kilda, Claire teria descoberto a verdade mesmo assim? Talvez sim, talvez não. Mas foi a visão daquele túmulo que fez com que ela contasse à filha a história de Jamie Fraser e também colocou Roger no caminho da descoberta que havia levado todos eles a esse lugar, a essa época. Tinha sido a pedra que havia, de uma vez, mandado Claire de volta aos braços do seu amor escocês –e possivelmente para sua morte nesses braços. Que havia levado a filha de Frank Randall de volta ao seu outro pai e, ao mesmo tempo, a condenara a viver em uma época que não era a sua; que havia resultado no nascimento de um menino ruivo que poderia não ter nascido –a continuação do sangue de Jamie Fraser. Juros da dívida?, Roger se perguntou.” 



Logo após Roger recitar a carta, Jamie chama Frank e fala que poderia torcer para que se encontrassem um dia, assim como poderia torcer pelo contrário. Jamie disse para Roger contar a Claire, pois ele prometera honestidade a ela, e Roger já planejava contar a Brianna de qualquer maneira. O livro se conclui com o chamado dos clãs e pela primeira vez os Mackenzies- Roger, Brianna e Jemmy- estão presentes quanto família. Assim que Brianna aceita o pedido de casamento de Roger, ela pede a ele para gritar que os Mackenzies estão ali. Eu sou completamente apaixonada por esse fim e ele fecha perfeitamente o ciclo do livro- do outono a outono, de Gavin a Archie Hayes, das reuniões do século XX ao XVIII, da construção familiar Fraser e da Mackenzie, do amor de Roger e Brianna com o grito e a entrega do anel de rubi que pertencera a Brian Fraser (trazido por Brianna de Lallybroch e que se torna seu anel de noivado) e de Claire e Jamie com a devolução da aliança. Durante os gritos, Jamie devolve a Claire sua aliança de ouro que ele havia guardado durante a discussão em que ela mostrou o anel com intenção de deixar claro quem havia estuprado Brianna. Eu não entendi o porquê eles não quiseram fechar esse ciclo, se a intenção era colocar um suspense no final, poderia ser facilmente feito depois da conclusão e do entendimento dos personagens. Para quem apenas assiste à série, ficaram muitas pontas soltas, que só os leitores dos livros têm noção das resoluções. O próximo livro a ser adaptado- a cruz de fogo- é o mais monótono na minha opinião e na de muitos fãs e a produção da série terá que ter muito jogo de cintura na sua adaptação para torna-lo interessante e fiel à obra original.












Por Tuísa Sampaio

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