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21 de mar. de 2017

25 anos de A Libélula no Âmbar


Para comemora os 25 anos do segundo livro da série Outlander, A Libélula no Âmbar, Diana Gabaldon anunciou que uma edição especial será lançada. Nesta nova edição teremos capa dura, novo design de capa e novos comentários da autora. O aniversário de A Libélula no Âmbar é em julho, porém o livro será lançado somente em novembro deste ano. No Brasil, você pode adquirir o livro através da loja online Amazon  (produto ainda não disponível / em processo de pré-venda)


novo cover de A Libélula no Âmbar edição de aniversário

12 de mar. de 2017

Resenha: A libélula no Âmbar


CONTÉM SPOILERS 


Segundo romance da série Outlander, A Libélula no Âmbar (título original: Dragonfly in Amber) é um dos livros mais políticos e emocionantes da trama de Diana Gabaldon. O enredo segue inicialmente a vida de Claire em 1968 (trecho que inicia a história e confunde a maioria dos leitores, uma vez que na conclusão de A viajante do tempo, Claire e Jamie estão juntos na França ainda no séc. XVIII) para só depois retornar ao período próximo onde A viajante do tempo havia terminado.



Capa e contra-capa da primeira edição de A Libélula no Âmbar

O livro é dividido em sete partes. Iniciando em 1968 com delineamento da busca de Claire e Roger (sobrinho-neto e filho adotivo do Reverendo Wakefield) pelo que teria acontecido com os jacobitas amigos de Claire em Culloden. Brianna, filha de Jamie e Claire, havia sido criada por Frank Randall após o retorno de sua mãe ao tempo “presente” e não tinha conhecimento acerca de sua misteriosa origem. A jornada de Jamie e Claire na França tem o objetivo de minar o levante jacobita a fim de que uma vez, sem a revolta, a Escócia não fosse massacrada e cruelmente dominada pela Inglaterra, acreditando que com as informações de Claire sobre o futuro, eles pudessem mudar o passado. O período em Paris é extremamente tenso, colocando à prova o recente casamento entre Jamie e Claire. Surgem novos personagens na trama dentre eles o Conde de St. Germain (baseado em uma figura histórica real), com quem Claire logo cria inimizade. Dentro os amigos, Claire conhece Mestre Raymond, Madre Hildegarde, Louise de Rohan e Mary Hawkins.


Capa original atual edição norte-americana



O período na França também traz um acréscimo à família Fraser, o pequeno Fergus, um batedor de carteiras que é inicialmente contratado por Jamie, mas por quem no futuro os Frasers desenvolvem um carinho paternal; infelizmente, também traz a perda de Faith, a bebê que Claire carregava.


Capa especial com elenco principal da série de TV.


Após o parto prematuro da filha natimorta, resultado de uma série de infortúnios, que leva os Frasers a se culparem (e também se perdoarem), eles voltam para Escócia. A guerra se aproxima, e na véspera de Culloden, Jamie e Claire percebem que não era possível mudar o curso da História. Assim, para proteger a amada que estava novamente grávida, Jamie a envia de volta para o século XX, enquanto ele pretendia morrer em campo de batalha no século XVIII (concedendo ao leitor a explicação detalhada de o porquê Claire estar em seu tempo de origem no início do livro).


Capa da primeira edição brasileira, Editora Rocco.



Vinte anos após a separação de Jamie, Claire acredita que ele realmente havia morrido em Culloden, entretanto, as pesquisas de Roger revelam que um oficial Fraser do regimento Lovat havia sobrevivido. E agora? Claire deve deixar sua vida de médica (as duas décadas de separação possibilitaram que a enfermeira estudasse medicina) no século XX e sua filha para tentar reencontrar o amor da sua vida? É com esse suspense que Diana termina o segundo romance da série.


Capa da edição atual brasileira (relançamento), Editora SdE/Arqueiro.


Pelos escritos da autora no volume um do seu compêndio, a história de A libélula no âmbar tem um formato específico, assim como cada um dos romances da série tem uma configuração diferente. O formato desse segundo livro é de um haltere: há um arco entre a história inicial e a final (fixadores do peso). Um outro arco maior simboliza em uma ponta a trama na França e outro o levante de Culloden (os pesos). E esses dois arcos são conectados pelo período em que os personagens principais estão em Lallybroch (informações retiradas da p. 337, The Outlandish Companion v.01).


Assim, como o tema do primeiro livro foi o amor; o do segundo, Diana afirma, é casamento. O desenvolvimento do matrimônio de Jamie e Claire é o que é mais escancarado na trama por serem os personagens principais: a persistência de Claire na recuperação do marido após o trauma de Wentworth é vista ainda no primeiro livro, porém o trauma ainda afeta seu casamento em A libélula no âmbar; a perda da filha que era tão esperada causa um grande atrito entre eles, cujo esforço e o amor que os envolve propicia o necessário perdão. Casamentos não são fáceis, requerem sacrifícios, perdão, cuidado, respeito ao seu parceiro e à sua individualidade, muito amor e a sabedoria de balancear tudo isso. Jamie e Claire em A libélula no âmbar são um lindo exemplo de casamento com amor.


Mas como a própria autora delineia em The Outlandish Companion v.01, não é apenas o casamento de Jamie e Claire que vemos. A jovem Mary Hawkins tem que lidar com a perspectiva de um casamento arranjado com um visconde; em seguida, se apaixona e busca um casamento por amor, mas este é logo descartado pela doença de seu amado que o leva a óbito, fazendo Mary contrair matrimônio com Jack Randall a fim de dar um nome para a criança que espera de Alex, irmão de Jack. Ainda há a comparação do forte e inquebrável casamento entre Jamie e Claire com o fragilizado laço matrimonial entre Claire e Frank. Acrescento ainda, o casamento de Louise de Rohan, aquele que além de ser resultado de um acordo para manter as aparências, é constantemente desrespeitado pelo fantasma da traição.


Um dos pontos fortes para mim deste livro e de maior sensibilização das provações que apenas um casamento com amor consegue manter é a parte do perdão após a morte de Faith. Enquanto na série de TV, esse momento ocorre em uma única cena; no livro, o diálogo é quebrado em mais de um período. E quando eles finalmente fazem amor após terem colocado todos os pingos nos “is”, consegui compreender que a dor da perda sempre estará presente. Culpar o outro, entretanto, não permitiria um acalento no coração. Apenas aquele encontro de almas que eles compartilharam poderia possibilitar que eles sobrevivessem a maior tragédia que um casal pode enfrentar.



Minha cena favorita deste romance (por mais que eu ame os trechos em que eles vão se perdoando pela “morte” de Faith) é a despedida deles em Craigh na Dun, quando Jamie faz Claire retornar ao século XX.


“ Eu a encontrarei- murmurou em meu ouvido. – Eu prometo. Ainda que tenha que suportar duzentos anos de purgatório, duzentos anos sem você, esse será meu castigo, que eu mereci pelos meus crimes. Porque eu menti, matei e roubei; traí e quebrei confiança. Mas há uma única coisa que deverá pesar a meu favor. Quando eu ficar diante de Deus, eu terei uma única coisa a dizer, para contrabalancear o resto.
(...)
- Meu Deus, o Senhor me deu uma mulher especial e, Deus!, eu a amei demais.” (p. 877-878).


Durante todo o livro, Jamie vem aprendendo a ser marido, mas é nesse momento que ele realmente se torna pai. Já ouvi várias vezes, que a mulher se compreende como mãe quando descobre a gravidez, e o pai, quando pega seu filho ou filha pela primeira vez nos braços. Acho que a perda de Faith criou um choque de realidade necessário a Jamie que facilitou ele se reconhecer como pai de forma semelhante a uma mãe. Não apenas casamento requer sacrifícios para se manter, mas também a paternidade. Jamie sacrificou o seu direito de ser pai para que a filha vivesse bem e entregou a outro homem a sua função (alguém que ele acreditava ser capaz de ser uma boa figura paterna) de pai e marido. Ele sacrificou a si mesmo pelo bem-estar da esposa, filha e pela honra de cuidar até o último suspiro dos homens por quem era responsável (também representação de um grande líder).


“Eu vou morrer amanhã. Esta criança... é tudo que restará de mim. Eu lhe peço, Claire, eu lhe imploro, proteja-a.” (p. 877).


No fim, o livro me levou a reflexão de que será que há fortaleza maior que um matrimônio que sobreviveu não apenas a perda de um filho, prisão, estupro, duelo, o “fantasma” de um outro marido, a morte e ao tempo? Se o amor “Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Coríntios 13:7), o casamento entre Jamie e Claire é um símbolo eterno de amor, respeito e perdão.


A libélula no âmbar inspirou a segunda temporada da série de TV, Outlander. Para quem quiser saber sobre as diferenças e semelhanças entre os livros e a adaptação para televisão, há no blog as resenhas de cada episódio com a respectiva comparação (obviamente, contém spoilers tanto dos livros, quanto da segunda temporada da série):




Por Tuísa Sampaio

LEIA também a resenha do primeiro livro da série A Viajante do Tempo, clicando aqui.

Referências:
GABALDON, Diana. A libélula no âmbar. Rio de Janeiro: Saída de Emergência, 2014. Tradução de: Geni Hirata.
GABALDON, Diana. The Outlandish Companion. 2d. New York: Delacorte Press. 2015. V.1.


                





20 de jul. de 2016

Livro X Série de TV: Episódio 13 Dragonfly in Amber



       
Episódio 13: Dragonfly in Amber (A Libélula no Âmbar)
       
O último episódio desta temporada foi nomeado em homenagem ao título do segundo livro da série Outlander, A Libélula no Âmbar. Utilizou como parâmetros os capítulos 46 (TIMOR MORTIS CONTURBAT ME) ainda da parte VI, e adentrou na última parte (Retrospecto), que inclui os capítulos 47 (Detalhes), 48 (Caça à bruxa), 49 (abençoados sejam aqueles), e retornou a parte I do livro (Através de um espelho, às escuras) com cinco capítulos, que havia sido pulada no primeiro episódio e substituída pelos capítulos 03 e 19 de O Resgate no Mar. O episódio seguiu dois enredos: um no futuro em 1968 e outro no passado no dia 16 de abril de 1746, data da batalha de Culloden, que ficavam constantemente se entrelaçando pela sua extensão. Assim como fiz na resenha anterior (que constava de três enredos, só que em um mesmo tempo), vou dividir o texto em duas partes maiores equivalentes às duas tramas temporais que aparecem paralelamente na adaptação.
       

Parte I: 1968

       
O velório do Reverendo Wakefield: o episódio inicia-se com o velório do Reverendo Wakefield, onde Claire e Brianna (Frank já era falecido) encontram Roger. No livro, no capítulo um, Claire e Brianna visitam a casa do Reverendo, mas tanto ele quanto Frank já haviam morrido há tempos. Elas são recepcionadas por Roger, seu sobrinho-neto e filho adotivo. No livro, elas estavam passeando pela Escócia. Enquanto na série de TV a intenção era apenas de ficar para o velório até que Roger as convence a permanecer mais um pouco. No livro, Claire pede a Roger que ele a ajude em uma pequena pesquisa história, lhe entrega uma lista com os nomes dos homens de Jamie e requisita que ele descubra o que aconteceu com eles. Na série de TV, depois de já saber sobre a viagem no tempo, Roger e Brianna fazem uma pesquisa específica para saber o que aconteceu com Jamie. Ainda no capitulo um, Claire fala a Roger que sabe que a Sra. Graham faleceu, mas gostaria de poder conversar com um parente dela para perguntar um pouco sobre as druidas. Na série de TV, é Roger quem informa sobre a morte da senhora e conta que sua neta Fiona trabalha na casa, porém no episódio não aparece Fiona e Claire se conhecendo. A intenção de Claire ao perguntar sobre as druidas e Sra. Graham era encontrar Geillis Duncan. No episódio, Claire só se lembra dela quando encontra um panfleto de seu grupo: as rosas brancas da Escócia. A cena em que Claire olha Bree dormir e diz que ela parece muito com Jamie existe no livro de maneira bem semelhante. Na série de TV, tal cena ocorre logo depois de uma conversa entre Roger e Claire, em que ele conta que seu sobrenome verdadeiro é MacKenzie. Nos livros, Claire já sabe disso, inclusive lembra-se da árvore genealógica dele e sabe que ele é descendente de Geillis e Dougal, contando isso a ele no capítulo 47. Na versão adaptada para TV, Claire só faz a pesquisa genealógica de Roger depois de ele contar a ela quem eram seus pais.
       
A visita das Randall: no episódio, Roger leva Bree em uma visita a Fort William, local onde Jamie foi preso e açoitado. Enquanto isso Claire visita Lallybroch e passa a ter várias lembranças, o que inclui uma visão de Jamie na entrada da propriedade que é de arrepiar e o poema de Catulo narrado por ela e ele, o qual no livro, Claire descobre o início do poema “DA MI BASIA MILLE” escrito dentro de sua aliança. Como ela nunca havia retirado a aliança só descobriu a inscrição quando foi tirar para mostrar a Roger no capítulo 47 em busca de que pudesse ser uma prova que sua viagem no tempo era verdadeira:
       
“— É de Catulo. Um trecho de um poema de amor. Hugh.... Hugh Munro, ele me deu o poema como presente de casamento, enrolado em volta de um pedaço de âmbar com uma libélula em seu interior. — Ainda com os punhos cerrados, deixara as mãos penderem ao lado do corpo. -Eu não sei o poema de cor, mas este trecho... este eu sei. — Sua voz ficava mais firme à medida que ela falava, mas continuou de costas para Roger. O pequeno aro de prata brilhava na palma de sua mão, ainda quente do calor do dedo que acabara de deixar.
— ...Da mi basia mille...


— Ainda de costas, ela continuou, traduzindo:


— Permita, então, que beijos apaixonados permaneçam


Em nossos lábios, comece a contagem


Até mil e cem


E mais cem e mais mil.


...


Quando terminou, permaneceu imóvel por um instante, depois virou-se devagar para ele outra vez. Seu rosto estava afogueado e molhado, e seus cílios grudados de lágrimas, mas ela estava aparentemente calma.


— E mais cem e mais mil — ela disse, com uma débil tentativa de sorriso.


— Mas nenhuma marca do fabricante. Então, isso também não é uma prova.


— É, sim. — Roger sentia como se houvesse alguma coisa entalada em sua garganta e apressadamente tentou clareá-la. — É prova absoluta. Para mim.”
       
Retornando ao episódio, Roger e Bree resolvem pesquisar sobre a época que os Randall visitaram o Reverendo vinte anos atrás; e Claire procura informações sobre Lallybroch e finda encontrando a “transferência de propriedade” que ela assinou como esposa de Jamie para transferir Lallybroch de Jamie tio para Jamie sobrinho. O segundo capítulo (A trama se complica) narra as pesquisas e conclusões de Roger acerca da lista de nomes que Claire havia lhe entregado no livro. É nesse capítulo que Brianna faz uma imitação do sotaque de Roger. Essa pequena brincadeira dela foi incluída no momento que eles compartilham em Fort William neste episódio, mas com uma citação diferente. É neste capítulo também que Roger convida Brianna para visitar os pontos históricos de Inverness. Durante sua pesquisa, ele encontra uns recortes de jornal que fala sobre Claire Randall “estar de volta ao mundo dos vivos” e outra com “sequestrada pelas fadas”, e juntou com algumas informações sobre Brianna que ele já sabia, concluindo que Brianna não era filha de Randall, mas nada disse. No episódio, Roger e Brianna acham um jornal falando isso em sua pesquisa conjunta (no livro a pesquisa conjunta só começa no capítulo quatro, quando Bree resolve ajudar Roger no projeto de sua mãe. A cena da sátira de rato realmente acontece no livro também em seu capítulo quatro), o que leva a Bree descobrir por si sobre não ser filha biológica de Frank. A cena em que Brianna pergunta se Claire sente falta de Frank ocorre no capítulo três (Mães e filhas), mas não é cheia de tensão como na série de TV, nem envolve Bree perguntando se Claire o amava e afirmando que parecia que Claire não sentia falta de Frank. No livro, Claire foge de ir a Culloden no capítulo quatro e deixa Roger e Brianna fazerem essa visita sozinhos. Na série, ela visita Culloden só como forma de se despedir de Jamie na pedra que fazia homenagem ao clã Fraser. O capítulo cinco do livro chamado Amada Esposa envolve a cena em que Claire encontra o túmulo de Jamie no cemitério St. Kilda próximo ao de Black Jack, e é quando ela revolve contar a verdade a Brianna sobre sua paternidade. Infelizmente, isso não foi colocado na série de TV, e Brianna descobre a verdade a partir das pesquisas realizadas com Roger e vai então confrontar sua mãe, que lhe conta sobre Jamie e a viagem por Craigh na Dun. Claire termina de contar a sua história no capítulo 47, Brianna não acredita na história de viagem no tempo, assim como na série, mas Roger apesar de não acreditar busca provas de que a história fosse verdadeira (algumas citadas são o retrato de Ellen MacKenzie com que a neta muito se parece, as pérolas dela e a aliança de casamento de Claire e Jamie). É neste capítulo que Claire conta a Roger também sobre ele ser descendente de Dougal e Geillis.
  
       
Gillian Edgars: no episódio, Bree é a primeira a encontrar Gillian Edgars (ou Geillis Duncan) em um discurso que ela ministrava sobre a Escócia Livre. A discussão sobre encontrar e impedir Geillis de viajar no tempo que ocorre no capítulo 47, acontece também na série e fica decidido que eles vão acha-la. Entretanto a decisão na série já é tomada para que eles a procurem em Craigh na Dun. No livro, é a partir daí que toda a busca por Gillian começa, e Claire conhece seu marido Greg (Junto com Roger na primeira vez e apenas Bree e Roger na segunda. Na série de TV, entretanto apenas Claire faz uma única visita sozinha), quem a esposa sacrifica para fazer a passagem como ela acreditava que deveria. No capítulo 48, Claire furta o caderno de Geillis, onde ela escreveu o que sabia sobre as viagens no tempo, mas é no capítulo 49, que Roger, Claire e Brianna assistem à viagem de Geillis pelas pedras, e o livro conclui-se com Roger contando a Claire que Jamie não morreu em Culloden.
 
       

Parte II: 1746

       
Os trechos da série de TV que ocorrem em 1746 basicamente foram adaptados do capítulo 46 de A Libélula no Âmbar. No desespero, Claire sugere a Jamie a morte do príncipe Charles e fala sobre o cianureto que Colum não havia usado. No episódio, Claire fala que pode dá ao príncipe a mesma morte que Colum escolheu e é quando Jamie descobre que Colum se matou e Claire ajudou (o que não ocorreu no livro já que Colum morreu antes de tentar se matar). Dougal escuta a conversa e tenta matar Claire. Jamie para defendê-la acaba assassinando seu tio e a cena finda sendo presenciada por Willie Coulter. Na série de TV, Claire ajuda Jamie a matar Dougal e quem é a testemunha é Rupert. Jamie pede a ele então um tempo para que possa se entregar e Rupert concede (o mesmo ocorre no livro com a concessão de Willie). Começam então os preparativos para manter Lallybroch (por meio da transferência de propriedade para o sobrinho de Jamie, em que Fergus foi o responsável de levar a escritura até os Murray, tanto no livro como na série) e Claire seguras. Jamie resolve mandar Claire de volta para o seu tempo a fim de que ela e seu filho nascituro pudessem ficar protegidos. Claire não quis aceitar no início, mas acaba sendo persuadida:
       
“— Jamie — eu disse, nas dobras de seu xale. — Eu vou voltar com você.





Ele recuou com um sobressalto, olhando-me fixamente.


— De jeito nenhum! — exclamou ele. — Vou, sim. — Sentia-me muito calma, sem nenhum vestígio de dúvida.


— Posso fazer um kilt de meu arisaid; há muitos rapazes bem jovens no exército para que eu possa me passar por um deles. Você mesmo disse que haverá uma grande confusão. Ninguém notará.


— Não! — ele exclamou. — Não, Claire! — Seu maxilar estava cerrado e ele me fitava intensamente com uma mistura de raiva e horror.


— Se você não tem medo, eu também não tenho — eu disse, cerrando meu próprio maxilar. — Tudo... terminará rápido. Você mesmo disse. -Meu queixo começava a tremer, apesar de minha determinação. — Jamie... eu não vou... eu não posso... eu decididamente não vou viver sem você e ponto final!


Ele abriu a boca, sem fala, em seguida fechou-a, sacudindo a cabeça. A luz acima das montanhas esvaía-se, pintando as nuvens com uma fosca claridade vermelha. Finalmente, ele estendeu os braços, puxou-me para bem junto de seu peito e abraçou-me com força.


— Acha que eu não sei? — perguntou num sussurro. — Sou eu quem vai ficar com a parte mais fácil agora. Porque se sente por mim o que eu sinto por você, então estou lhe pedindo para arrancar seu coração e viver sem ele. — Suas mãos alisaram meus cabelos, a aspereza dos nós de seus dedos agarrando-se aos fios esvoaçantes. — Mas você tem que fazer isso, mo duinne. Minha leoa corajosa. Você tem que fazer.


— Por quê? — perguntei, afastando-me para fitá-lo.


— Quando você me resgatou do julgamento de bruxas em Cranesmuir você disse que teria morrido comigo, que iria para a fogueira comigo, se chegasse a esse ponto. Ele segurou minhas mãos, fitando-me com um olhar azul e firme.


— Sim, eu o faria — ele disse. — Mas eu não estava carregando seu filho. O vento me congelara; era o frio que me fazia tremer, eu disse a mim mesma. Era o frio que me deixava sem ar. — Você não sabe disso — eu disse, finalmente. — É cedo demais para termos certeza.


Ele suspirou ruidosamente e um minúsculo lampejo de humor iluminou seus olhos.


— Ah, Sassenach, e eu não sou um fazendeiro?! Sassenach, você nunca atrasou nem um dia em suas menstruações, durante todo o tempo em que me levou para a sua cama. Você não menstrua há quarenta e cinco dias.


— Seu filho-da-mãe! — disse, indignada. — Você contou! No meio de uma maldita guerra, você contou!


— E você não!


— Não! — Eu não havia mesmo contado; tive medo demais de reconhecer a possibilidade de que aquilo pelo qual eu mais ansiara e rezara durante tanto tempo viesse a acontecer agora, tão terrivelmente tarde.


— Além do mais — continuei, ainda tentando negar a possibilidade —, isso não significa nada. A inanição pode causar isso; em geral acontece.


Ele ergueu uma das sobrancelhas e colocou a mão delicadamente sob meu seio.


— Sim, você está muito magra; mas apesar de descarnada, seus seios estão cheios... e os mamilos adquiriram a cor de uvas de champanhe. Você se esquece que eu já vi isso acontecer antes. Eu não tenho a menor dúvida... nem você.


Tentei conter a ânsia de vômito — tão facilmente tributável ao medo e à inanição -, mas senti o pequeno peso, repentinamente queimando em meu útero. Mordi o lábio com força, mas a náusea dominou-me.


Jamie soltou minhas mãos e postou-se diante de mim, as mãos ao lado do corpo, a figura nitidamente em silhueta contra o céu turvo.


— Claire — ele disse serenamente. — Eu vou morrer amanhã. Esta criança... é tudo que restará de mim. Eu lhe peço, Claire, eu lhe imploro, proteja-a.”
       
Como se pode ver boa parte do diálogo de despedida entre Claire e Jamie foi incluído no episódio, além da citação em que ele diz que enfrentará duzentos anos de purgatório para encontrá-la. Entretanto, no livro, o casal passou a noite se amando em uma cabana próxima a Craigh na Dun, só se despedindo no outro dia. No episódio, o adeus acabou sendo mais rápido e foi na própria localidade das pedras. Uma da principais diferenças foi que na literatura, Claire pede a Jamie para que ele faça um corte em sua pele a fim de que ela se lembre dele. Jamie a marca com sua adaga formando um “J” em sua pele, e ela faz o mesmo nele lhe marcando com um “C”. Na televisão, a produção resolveu retirar isso e apresentar os Frasers trocando presentes. Claire entrega a libélula no âmbar que havia ganhado de Hugh Munro, e Jamie lhe dá o anel de rubi de seu pai. No livro um, o anel de rubi do pai de Jamie é usado por Claire no dia do casamento, pois o noivo havia se esquecido de providenciar um, só o fazendo quando eles chegam ao castelo dos MacKenzie. Nos livros mais a frente, o anel também aparece, por isso achei estranho a entrega do anel, pois na viagem a pedra é destruída. O próprio Sam em entrevista disse que o anel tem uma importância nas temporadas seguintes. Mas como irão usar o anel destruído? Vão ficar brincando de substituir o rubi em cada viagem do tempo? Não sei bem qual será o caminho da produção em relação a esta jóia, mas a mudança sobre a troca de presentes em substituição aos cortes foi algo que aparentemente não agradou a própria autora Diana Gabaldon. Na sua conta de Twitter, ela deu uma explicação do que aconteceu, informando que a produção não queria causar sujeira mais uma vez com sangue falso e recebeu uma resposta da Maril, uma das produtoras, dizendo que ela não havia dito isso. Outra mudança é que no livro, Jamie pede a Claire que ele batize a criança com o nome de Brian, em homenagem ao seu pai (ele pensava que seria um menino). No episódio, parte de Claire a iniciativa de dizer que a criança será batizada com o nome do avô paterno.
  
       
Algo que chamou bastante atenção ao longo de toda essa temporada foi o figurino, tanto que rendeu a Outlander a indicação ao Emmy deste ano nesta categoria (assim como o cenário). Para a trama de 1968, o penteado de Claire foi baseado em Anne Bancroft, a eterna Sra. Robinson de “A primeira noite de um homem” (Título original: The graduate), como foi afirmado por Caitriona Balfe na sua conta do Twitter, incluindo até a mecha de cabelo branco mais grossa que ela possuía. Se a Sra. Robinson exalava sensualidade, Claire sempre foi descrita como uma mulher muito bonita e a quem o tempo parecia não ter trazido consequências físicas, nada mais justo que compará-la a um ícone da beleza do final dos anos sessenta. Para a maquiagem, eles resolveram investir na Twiggy para tornar Claire mais velha. A intenção eu acredito seria colocar uma maquiagem pesada para mostrar os anos já que a Claire de vinte anos atrás não se pintava. Entretanto acredito que seria melhor ter mantido uma aparência mais clássica, atemporal, uma vez que a Twiggy é muito representante da época, e Claire não seria muito propensa a usar algo por moda. Twiggy era uma modelo, atriz e cantora britânica dos anos 60 que utilizava uma maquiagem específica com côncavos marcados, cílios longos de boneca e por vezes lápis preto ao redor da marca d’agua. Os olhos de Caitriona ficam lindos com o lápis e os cílios de boneca, mas confesso que acho estranho vê-la com os côncavos marcados na maquiagem pesada, se fosse minha escolha teria optado por algo mais clássico. A música dos créditos do episódio é Time has come today dos Chambers Brothers, e veio bem a calhar com a conclusão da temporada. Este episódio foi a estreia de Richard Rankin (Roger) e Sophie Skelton (Brianna). Muitas críticas foram lançadas principalmente a ela por não ser fisicamente tão parecida com a Brianna do livro. Por mais que Sophie realmente não seja tão alta, e que a produção tenha pecado em não a fazer usar lentes e aplicar uma tintura mais ruiva, acho que como atriz em seu primeiro episódio ela soube transmitir o espírito de Bree. Por ser uma atriz britânica e estar fazendo um bom sotaque americano, isso já diz alguma coisa de suas habilidades. Existem muitos atores que têm dificuldade de fazer sotaques em suas interpretações e acabam deixando a desejar em determinado papel. Quanto a Richard, acredito que ele tem potencial, e que com o desenvolver da trama vamos poder julgar melhor sua química com Sophie. Também quando pudermos vê-lo de cabelos compridos, usando kilt e cantando, ou seja, na sua versão MacKenzie . Até a próxima temporada ;)
  


Por Tuísa Sampaio

29 de jun. de 2016

Livros X Série de TV: Episódio 12 The Hail Mary

Episódio 12: The Hail Mary (A Ave Maria - tradução livre)
       
O episódio doze retornou ao bloco de capítulos 37 (Holyrood), 38 (Um pacto com o diabo), 39 (Laços de família) que haviam sido deixados de lado, seguindo para o 45 (Malditos sejam todos os Randall). O capítulo 42 (Reencontros) não é utilizado como todo, mas é onde Claire reencontra Mary e recebe algumas informações do Capitão Randall, assim entendo que também foi usado como fonte material. O nome do episódio “Ave Maria” faz referência às despedidas que nele ocorrem como forma de um último suspiro, ao mesmo tempo em que simboliza o que eles acreditam ser a última chance de impedir a batalha de Culloden segundo os roteiristas. Uma curiosidade é que o “Hail Mary” é um passe longo feito nos jogos de futebol americano que tem pouca chance de sucesso e é realizado em sinal de desespero, uma excelente descrição da mensagem do enredo deste episódio. Como The Hail Mary segue três tramas que tem Claire e Jamie como ponto de interseção, decidi falar sobre os acontecimentos relativos ao núcleo de atuação dos irmãos MacKenzie primeiro, seguir para os irmãos Randall e concluir com a “última” tentativa de Jamie de impedir a batalha de Culloden, dividindo o texto em três partes. Essa ordem não necessariamente se apega a ordem dos livros, nem a da série de TV, uma vez que as histórias ficam constantemente se entrelaçando, mas acredito que funcione de uma forma que permita a melhor compreensão da comparação em termos de escrita. Assim, vamos agora mergulhar no mundo do livro e da série de TV com uma estrutura um pouco mais estratificada:
       

Parte I: Os irmãos MacKenzie

       
 “Ave Maria, cheia de graça...”: o capítulo 37 inicia-se com o príncipe Charles solicitando a Claire que ela convença Colum MacKenzie a unir seu clã à luta pelos jacobitas. Colum está já muito debilitado, pede desculpas a sua “sobrinha” por ela ter sido quase queimada na fogueira como bruxa, é quando ela conta a ele que só foi até a vila porque Laoghaire lhe mandou um recado. Colum pergunta a ela se ela quer vingança em relação à menina, pois ele poderia mandar bater nela e etc. e Claire diz que não. Isso não aparece no episódio, em primeiro lugar porque a conversa sobre Laoghaire ocorre no episódio oito (The Fox’s Lair), em que Colum já sabe que havia sido culpa dela e afirma que já tinha mandado que ela fosse punida, mas não toma nenhuma responsabilidade para si mesmo. E em segundo lugar porque a cronologia da série de TV vem sendo diferente da dos livros. A essa altura (outubro de 1745), Laoghaire já estava casada com Hugh MacKenzie. Como a cronologia da série está bem diferente da do livro, principalmente após o retorno à Escócia (exceto em relação às batalhas históricas eu suponho), quando Laoghaire aparece em The Fox’s Lair, ela não está casada ainda (e não sei dizer qual seria a data desta visita na série de TV). A visita que Colum faz ao acampamento escocês na versão televisiva não é em outubro de 45 (como no livro), mas em abril de 1746, assim é possível que ela tenha se casado algum tempo depois dos eventos ocorridos no episódio oito, mas o telespectador não foi informado disso (ou não, porque podem ter escolhido lhe dar um destino diferente). Em The Hail Mary, o objetivo de Colum ao ir até Claire e Jamie não era ver o príncipe Charles e por tabela pedir desculpas a Claire e lhe requisitar uma graça acerca de sua morte como em A Libélula no âmbar. O objetivo principal seria resolver quem seria responsável por Hamish, visto que seu pensamento sobre a posição dos MacKenzie já estava fortemente decidido, e entendi que como consequência à presença de Claire, ele solicitou que ela lhe ajudasse a ter uma morte rápida. No livro, assim como na série, ele pede pela mesma morte que Geillis deu ao marido. Neste ponto há uma divergência na construção das cenas, pois no romance, Claire entrega o cianureto a Colum. Na TV, Claire entrega outro veneno que poderia matá-lo de uma forma menos dolorosa e é também neste diálogo que os telespectadores descobrem sobre a sobrevivência do filho de Geillis. No universo dos livros, essa descoberta é feita pelo leitor no capítulo 47 (Detalhes) de A Libélula no Âmbar quando Claire conta a Roger sobre sua ascendência. Diana interrompe este trecho e muda a narrativa para um diferente cenário e momento (no qual Claire é informada sobre cartazes que estão sendo espalhados sobre ela chamando-a de “a bruxa Stuart” e outros mais, seguido de uma performance de luta de espadas entre Dougal e Jamie, e uma briga entre Fergus e o filho de um dos soldados até que Claire se reencontre com Colum acompanhada de Jamie). Vou abrir um parêntese em relação à briga de Fergus com o Johnny, o filho do soldado Kilmarnock porque a acho hilária e gosto da lição de moral que advém dela. Infelizmente, a produção escolheu construir um episódio mais sério, e o humor ficou de lado desta vez. Fergus brigou com o menino, pois ele fez um comentário grosseiro em relação a Jamie:
       
“Fergus definitivamente recaía na segunda categoria. Ofendendo-se com uma observação depreciativa de Johnny sobre “chefes de gorro”, que ele — com toda a razão — interpretara como um insulto a Jamie, Fergus fora forçosamente impedido de atacar Johnny no jardim de pedras alguns dias antes. Jamie aplicara um rápido castigo físico e depois explicara a Fergus que, embora a lealdade fosse uma virtude admirável e altamente valorizada por quem a recebia, a burrice não era.


— O garoto é dois anos mais velho do que você e bem mais forte – dissera ele, sacudindo Fergus delicadamente pelo ombro. — Acha que vai me ajudar machucando-se numa briga? Há ocasiões em que se deve lutar sem medir as consequências, mas há outras em que se deve morder a língua e esperar o momento certo. Ne pétez plus haut que votre cul, ouviu?


Fergus assentiu, limpando o rosto molhado de lágrimas com a ponta da camisa, mas eu tinha minhas dúvidas se as palavras de Jamie haviam realmente calado fundo em Fergus. Eu não gostava do olhar especulativo que eu via agora naqueles grandes olhos negros e pensei que, se Johnny fosse um pouco mais inteligente, ficaria entre mim e seu pai.


(...)


— Fergus! — disse.


Kilmarnock virou-se na direção em que eu estava olhando e viu Fergus. O garoto segurava um pedaço de pau em uma das mãos, com uma casualidade tão fingida que chegava a ser ridícula, se não fosse pela ameaça implícita.


— Não se preocupe, milady Broch Tuarach — disse lorde Kilmarnock, após uma rápida olhadela. — Meu filho sabe se defender honrosamente, se a ocasião exigir.


(...)


A espada enterrou-se no chão a seus pés, seguindo-se um “ah” coletivo dos espectadores. Somente quando Jamie inclinou-se para retirar a espada de sua bainha de grama foi que eu notei que havia dois espectadores a menos na plateia. Um, o Senhor de Kilmarnock, de doze anos, jazia de cara no chão na beira do gramado, o crescente galo em sua cabeça já evidente em meio aos cabelos castanhos, lisos e soltos. O segundo não era visto em lugar nenhum, mas ouvi um leve murmúrio das sombras atrás de mim.


— Ne pétez plus haut que votre cul — disse a voz, com grande satisfação. Não peide mais alto que seu cu.”
       
Eu adoro essa cena, e essa ideia de Jamie de ensinar a Fergus por meio de um ditado francês que não deve se arriscar a fazer coisas que estão acima da sua “capacidade” e como consequência Fergus mostrando que ele era sim capaz de derrotar o menino. É um momento que é possível ter um pequeno vislumbre de como Jamie seria enquanto pai e um pouco daquilo que ele teve que sacrificar para que sua família ficasse segura. Voltando a Colum, no livro, ainda no capítulo 37, Claire e Jamie são chamados para conversar com ele. Durante o diálogo, Colum fala sobre sua irmã Ellen, mãe de Jamie, e sobre o marido dela e pai de Jamie, Brian. No final, faz a pergunta pela qual estava ali: se ele deveria manifestar apoio à luta jacobita ou não. Jamie foi sincero e disse para o tio ir para casa. Em The Hail Mary, essa pergunta teria pouco sentido, visto que retornando ao oitavo episódio, Colum tinha ido até a casa do avô de Jamie, de quem não era amigo, para convencê-lo também a se manter neutro (fato que não ocorre nos livros), ou seja, não havia um pingo de dúvida acerca da sua decisão. No episódio também não ocorre a conversa sobre os pais de Jamie. Nos acontecimentos do capítulo, ainda acontece um baile que não foi retratado na TV não apenas pelo tempo, mas também porque neste ponto da história tão perto de Culloden não havia coerência em sua realização, lembrando que como os capítulos foram invertidos, no livro, eles ainda estavam no final de 1745. No final da referida festa, Angus informa aos Frasers sobre a morte de seu senhor (assim ele acaba não morrendo por envenenamento, mas por causas naturais, conclusão feita por Claire já que ele não havia tido tempo ainda de fazer as preparações para deixar o clã MacKenzie fora da luta e porque ela encontra o frasco de veneno intocado). Consequentemente, é neste ponto do livro, que Dougal, como Laird, decide trazer os MacKenzie completamente para a luta.
       

       
... o senhor é convosco...”: na série de TV foi acrescentada uma conversa entre Jamie, Colum e Dougal que não ocorre no livro sobre a guarda de Hamish. Tanto Dougal, quanto Jamie pensaram inicialmente que Colum estava ali presente para manifestar o apoio dos MacKenzie à causa Stuart, entretanto ele estava lá para discutir quem seria o tutor de Hamish. Ele concede a honra a Jamie, o que irrita Dougal. E Jamie afirma que se for guardião de Hamish, ele irá trazer os MacKenzie para luta assim como Dougal faria. Colum lhe lembra então que ele sabe que Jamie nunca sacrificaria seus homens em vão, e que Dougal não seria capaz de fazer o mesmo. Assim, a cena termina dando a entender que Hamish ficaria sob a tutela de Jamie. Isso não ocorre no livro, então como será o desenrolar de tal situação dentro da série de TV é imprevisível. Essa parte da oração da Ave Maria sempre me fez entender que não importa o quão difícil minha vida esteja, ou quão difícil era a decisão que eu tivesse que tomar, eu nunca estaria sozinha, e isso me daria força, da mesma forma que Maria nunca esteve só. Por mais que Colum só fosse católico da boca para fora, eu vi esse trecho como o seu “o senhor é convosco”, como a sua força para tomar as decisões sobre seu filho e seu clã antes de partir, como uma companhia naquele momento tão solitário, como um alicerce de apoio e como um sustentáculo.
       
...rogai por nós pecadores...”: como já mencionado antes, a morte de Colum não é algo que é presenciado pelo leitor em A Libélula no Âmbar, mas sim uma notícia que chega aos Frasers. Na versão da TV, a morte de Colum foi filmada e ocorre na presença de seu irmão Dougal. A grande mudança em relação aos livros que ocorre nesta cena é que Colum morre pelo veneno de Claire, enquanto Dougal conversa com ele sobre as primeiras manifestações de sua doença. Para o cristianismo, a morte por suicídio é um pecado e Claire havia lembrado Colum disso quando lhe entregou o veneno no livro, mas Colum afirma que não acredita em Deus. Percebe-se nesta cena,durante o episódio, o egoísmo do irmão mais novo em fazer parecer no diálogo com que todo o sofrimento do mais velho de alguma forma lhe afetasse de maneira similar. A dor de Colum nunca iria se equiparar a perda da idealização de seu irmão mais novo, mas para Dougal, a doença de Colum também havia lhe dado um fardo a ser suportado. Mais uma manifestação do seu narcisismo, que Claire no episódio Je Suis Prest havia lhe apontado.
       

Parte II: os irmãos Randall

       
Santa Maria...”: no capítulo 38 (O pacto com o diabo), após as descrições de um surto de gripe que não aparece na versão da TV, Claire encontra com Black Jack Randall, também conhecido como “O diabo com quem ela fará o pacto”, entretanto para o oficial inglês, o diabo com quem o pacto ocorreria era Claire, a quem ele via como bruxa. O capitão pega seu braço e ordena que ela venha com ele, pois o homem tinha a intenção de fazer uma proposta a ela. Black Jack propõe a Claire que em troca de suas habilidades médicas para ajudar Alex, ele lhe forneça informações sobre os planos das tropas. Enquanto conversam Jack pergunta se Jamie contou a Claire as coisas que o capitão havia lhe feito em Wentworth e que de alguma forma, Jonathan e ela estavam ligados por meio dele, e que Jack tinha tirado a masculinidade de Jamie da mesma forma que Jamie havia tirado a dele depois (no livro, Jamie conta a Claire, ainda em Paris, que Black Jack havia perdido sua “virilidade” em decorrência do ferimento no duelo deles, isso não é informado na série. Assim, assume-se que ele ainda pode estabelecer os seus deveres conjugais com Mary, quando o casamento é proposto mais a frente). A primeira parte deste trecho foi um diálogo que acabou sendo inserido na série parcialmente não no primeiro reencontro entre eles, mas quando Claire sai do quarto de Alex para falar com seu irmão mais velho a fim de tentar convencê-lo a realizar o último desejo do moribundo. No episódio, Claire encontra primeiro com Mary quando vai a Inverness para substituir os suprimentos que havia perdido no ataque dos ingleses, ela lhe conta que Alex está doente e onde eles estão morando. Claire vai visita-los, quando o Randall mais velho chega, e Mary fala de sua ajuda. Ela sai do recinto, e ele a segue e pede sua ajuda. É ela quem pede a troca de informações como moeda para ajudar Alex, o que não é nem um pouco digno da personalidade da Claire dos livros. A própria afirma no final do capítulo 38 que teria ajudado Alex por ele mesmo se não fosse Jack pedindo. Claire não conta a Jamie sobre esse relacionamento com o mais velho dos Randall, nem o trato feito, fala apenas que está tratando o mais novo. Jamie só descobre mais a frente quando Alex pede a Claire para trazer seu marido até ele. No episódio, entretanto, Claire já conta a Jamie sobre o pacto e lhe entrega as informações recebidas (no livro, ela leva as informações como rumores sem dizer a fonte) e Jamie se irrita, mas são as localizações que são dadas a ele por Randall, que possibilitam a Jamie traçar um “último” plano para impedir Culloden. Jamie fica com medo de Alex morrer nos braços de Claire e que assim, ela sofra alguma reprimenda. Como consequência, Murtagh acaba acompanhando Claire aos encontros (o que não ocorre no livro) por sugestão dela. Mary apenas se reencontra com Claire no capítulo 42 (reencontros) enquanto Claire tentava penhorar seu colar de pérolas para ajudar os homens de Jamie que no livro estavam presos. A Srta. Hawkins sabia onde estava Alex, mas não estava residindo com ele, nem sacrificando sua honra de forma pública como na série de TV, mas pede para Claire acompanha-la em uma visita a Alex com o objetivo de ajuda-lo, mal sabia Mary que Claire já estava fazendo isso. No capítulo 39 (Laços de família), Black Jack leva Claire até seu irmão, onde a Sra. Fraser fornece seus cuidados médicos e conta a Alex que ele não tem cura.
    
       
... bendito é o fruto do vosso ventre...”: no capítulo 45, Mary, Jamie, Claire e Murtagh retornam para as proximidades do quartel-general do exército escocês após a morte do Duque de Sandringham. Claire leva Mary para visitar Alex. É quando Alex pede a Claire que ela retorne no dia seguinte acompanhada do marido. Jamie e Claire foram no dia seguinte encontrar-se com Alex e Mary, que havia permanecido ao seu lado. Algum tempo depois mais um convidado aparece: Jack Randall. Jamie e Jack acabam ficando presentes no mesmo recinto, mas são obrigados a se comportar diante das outras pessoas. Mary, Claire e Jamie se afastam para que os irmãos Randall tenham alguns momentos a sós.
       
“-John — disse ele. — Você vai saber que não lhe peço isso sem motivo. Mas pelo amor que você tem por mim... — Um acesso de tosse o interrompeu, o esforço ruborizando seu rosto com uma cor febril.


Senti o corpo de Jamie retesar-se ainda mais, se isso fosse possível. Jonathan Randall também se enrijeceu, como se sentisse a força do olhar de Jamie sobre si, mas não ergueu os olhos.


— Alex — disse ele serenamente. Colocou a mão no ombro do irmão mais novo, como se quisesse acalmar a tosse. — Não se atormente, Alex. Sabe que não precisa pedir; farei qualquer coisa que você quiser. É a respeito da... da garota? — Olhou na direção de Mary, mas não conseguiu realmente encará-la.


Alex assentiu, ainda tossindo.


— Tudo bem—disse John. Colocou as mãos nos ombros de Alex, tentando levá-lo a se deitar no travesseiro outra vez. — Não deixarei que nada lhe falte. Descanse sua mente.


Jamie olhou para mim, os olhos arregalados. Sacudi a cabeça devagar, sentindo meus pelos arrepiarem-se da minha nuca à base de minha espinha. Tudo fazia sentido agora; o viço no rosto de Mary, apesar de seu sofrimento, e a sua aparente concordância em se casar com o rico judeu de Londres.


— Não se trata de dinheiro - disse.


— Ela está grávida. Ele quer... — parei, pigarreando — Acho que ele quer que você se case com ela.


Alex meneou a cabeça, confirmando, os olhos ainda cerrados. Respirou profundamente por um instante, depois os abriu, brilhantes poças cor de mel, fixas no rosto perplexo que o olhava sem compreender.


— Sim — disse ele. -John... Johnny, preciso que você cuide dela por mim. Quero... que meu filho tenha o nome Randall. Você pode... lhes dar certa posição no mundo, muito mais do que eu pude.


Estendeu a mão, tateando, e Mary segurou-a, prendendo-a contra o peito, como se quisesse lhe preservar a vida. Ele sorriu-lhe ternamente e estendeu a mão para tocar os cachos escuros, brilhantes, que caíam ao redor de seu rosto, ocultando-o.


— Mary. Desejo-lhe... bem, você sabe o que lhe desejo, minha querida; tantas coisas. E tantas coisas que lamento. Mas não posso lamentar pelo amor que nos une. Tendo conhecido essa alegria, poderia morrer feliz, a não ser pelo meu medo de que você possa ficar exposta à vergonha e à desgraça.


— Não me importo! - irrompeu Mary ferozmente. — Não me importa que fiquem sabendo!


— Mas eu me preocupo com você — disse Alex, meigamente. Estendeu a mão para seu irmão, que a segurou após um instante de hesitação. Ele então as uniu colocando a mão de Mary na de Randall. A de Mary permaneceu inerte e a de Jack Randall rígida, como um peixe morto em uma prancha de madeira, mas Alex envolveu-as com suas mãos e pressionou-as com força, obrigando-as a se juntarem.


— Eu os entrego um ao outro, meus queridos — disse ele calmamente. Olhou de um rosto para o outro, cada qual refletindo o horror da sugestão, submersos na dor avassaladora da perda iminente. (...)”

       
Claire disse que foi a primeira vez que viu Jack Randall sem palavras. Alex anunciou que ele mesmo os casaria (no livro, Alex segue “carreira” religiosa) e pedira para que Jamie acompanhasse Claire a fim de que fossem testemunhas. No episódio, a outra testemunha do casamento é Murtagh. Jamie em nenhum momento se aproxima de Black Jack. Em uma das visitas que Claire realiza, Jack se irrita, agarrando-a pelo braço, e Murtagh aparece rapidamente como guardião, cumprindo o papel que lhe foi designado. Alex pede a seu irmão que casa-se com Mary para prover a ela e a seu filho (a gravidez de Mary já é de conhecimento desde o encontro dela com Claire durante a visita a Alex, enquanto no livro só é revelada alguns momentos antes do casamento). Uma variação em relação às histórias é que durante o episódio Jack Randall surta com o pedido de seu irmão. É necessário que Claire vá convencê-lo a aceitar o casamento, tendo antes o próprio Murtagh tentado persuadir Lady Broch Tuarach que talvez fosse melhor até ele mesmo casar com Mary do que Jonathan Randall. A dúvida acerca do Capitão conseguir conter seus impulsos sádicos em relação a Mary não surge no livro, pois o leitor já sabe que Randall foi castrado. A existência do filho de Mary e Alex é que resolve o enigma do nascimento de Frank. Entretanto, a castração resultante do ferimento que Jamie deu a Jack no duelo não é mencionada no episódio e cogita-se a possibilidade de Mary ter que cumprir os deveres conjugais com Randall, caso ele sobreviva à “maldição de Claire” que disse que ele morreria no dia 16 de abril de 1746. No livro, essa castração representa a vingança de Jamie, ainda mais quando o capitão diz que ele tirou a masculinidade de Jamie da mesma forma que Jamie depois tirou a sua. A ausência disso no episódio tirou todo o significado do duelo de Paris. Claire perdeu o bebê, Jamie foi preso, ela teve que se prostituir para o rei para tirar Jamie da prisão para Black Jack não ter nenhuma sequela? A noção de justiça divina de Diana é definitivamente e de longe bem melhor que a dos produtores da série de TV. Voltando ao casamento nas telas, ele é realizado por um ministro em vez do próprio Alex. Após perguntar se eles se aceitam, o ministro questiona as testemunhas Claire e Murtagh se eles ajudarão a apoiar o casamento. Claire responde que sim, e Murtagh, esta criatura terna e educada que nós conhecemos, fala logo que sim e para o padre andar logo com isso.
    
       
...agora e na hora de nossa morte...”: voltando ao livro, no capítulo 45 (Malditos sejam todos os Randall), após o casamento, Claire ficou com Mary e Alex, enquanto Jamie levava Jack Randall de volta ao seu alojamento (estranha cena ,com certeza). A morte de Alex, assim como a de Colum no livro não aparece. Sabemos que ocorreu porque Claire conta a Jamie. Sucede um diálogo que justifica o título do capítulo, uma explosão de Jamie bastante coerente, mas que infelizmente do modo como o episódio foi construído não seria lógica a sua inclusão. É um trecho do livro em que finalmente Jamie joga sua raiva em relação a todos os Randall, inclusive Claire por tudo o que esta família lhe fez passar. Honestamente, eu adoro o final do diálogo pelo maneira como Jamie expressa seu ciúmes (adoro Jamie ciumento) em relação a Frank:
       
“— Bem — disse, tentando sorrir -, ao menos sabemos que Frank esta a salvo, afinal de contas.


Jamie olhou-me furioso, as sobrancelhas ruivas quase se tocando.


— Dane-se Frank! — disse ele, ferozmente. — Danem-se todos os Randall! Dane-se Jack Randall e dane-se Mary Hawkins Randall e dane-se Alex Randall... hã, que Deus o tenha, quero dizer — corrigiu-se apressadamente, benzendo-se.


— Pensei que você não guardasse rancor... — comecei a dizer.


Ele me fitou com raiva.


— Eu menti.


Agarrou-me pelos ombros e sacudiu-me levemente, segurando-me com os braços estendidos.


— Falando nisso: e dane-se você também, Claire Randall Fraser!— exclamou ele. — Pode ter certeza de que guardo rancor! Tenho ciúmes de cada lembrança sua que não me inclua e de cada lágrima que você verteu por outra pessoa e de cada segundo que passou na cama de outro homem! Danem-se todos!


Ele derrubou o copo de conhaque de minha mão -acidentalmente, creio —, puxou-me para si e beijou-me com força. Afastou-se o suficiente para sacudir-me outra vez.


— Você é minha, Claire Fraser! Minha, e eu não vou compartilhá-la, nem com outro homem nem com uma lembrança, nem com coisa nenhuma, enquanto nós vivermos. Não mencione o nome desse homem para mim outra vez. Você me ouviu? — Beijou-me impetuosamente para enfatizar suas palavras. — Você me ouviu? — perguntou ele, desligando-se bruscamente de mim.


— Sim — disse, com alguma dificuldade. — Se você... parasse... de me sacudir, eu poderia... responder.


Um pouco timidamente, ele soltou as mãos dos meus ombros.


— Desculpe-me, Sassenach. É que... Deus, por que você... bem, sim, vejo porque... mas você tinha que... — Interrompi aquela fala entrecortada e incoerente colocando a mão em sua nuca e puxando sua cabeça para mim.”
       
É depois dessa cena que deveria ocorrer a “oração” de Jamie para Claire enquanto ela dormia que foi colocada no episódio passado. Em The Hail Mary, a morte de Alex foi filmada, como fizeram com a de Colum, para traçar um paralelo do relacionamento entre os irmãos. Na versão da TV, após a morte, Jack soca repetidamente o irmão para o choque de Mary e Claire. Acaba por ser uma cena estranha, uma vez que além da reação ser inesperada, não acredito que condiga com o aparente amor que Jack sentia por Alex. Afasta-se um pouco da teoria que alguns fãs têm que Black Jack seja apaixonado pelo irmão, apesar de que os indícios para esta hipótese não estejam contidos na série de TV. Tobias explicou a mudança de perspectiva nesta cena em sua entrevista para vulture:
       
“É talvez a maior mudança em relação aos livros para ele. E originalmente, no roteiro, estava escrito que Jack chorara. Ele estava repleto de emoção. Mas nós todos vimos uma cena onde um irmão chora no leito de seu ente querido, e isso não parecia de acordo com o caráter de Jack. E nós podíamos ver que ele estava emocionado com a morte do irmão. Então decidimos pular o choro, e fazer com que ele atacasse fisicamente o corpo do irmão. Tinha que ser algo mais bizarro, algo mais estranho, algo mais violento. É uma expressão estranha de seu amor: se você me abandonar, eu irei te destruir. E pareceu surpreendente. É a última coisa que você esperaria, mas também se mantendo com o personagem.” (Tradução livre)
       
Se o objetivo era surpreender, missão cumprida.
       

Parte III: A ave Maria de Culloden

       
... Amém”: “Assim seja” é o significado do termo em latim “amém”. A resignação da ideia de que não há mais nada o que se fazer, que se cumprirá o destino, a providência divina ou o que quer que seja esta força que faz o tempo e os eventos acontecerem de determinada maneira no mundo. Essa é a descrição da trama de Jamie neste episódio. Ele de alguma forma ainda tentava lutar para que Culloden não ocorresse, desistir ainda não era uma opção com tudo que estava em jogo. Este enredo de Jamie em The Hail Mary não acontece no livro, mas serve para colar as outras histórias deste episódio e caracterizar a sua última chance, sua ave Maria. Quando retornam ao acampamento, Claire vai para Inverness, enquanto Jamie está decidido a continuar seu esforço para persuadir o príncipe a não lutar em Culloden. Jamie usa as informações que Claire consegue com Black Jack para maquinar um plano de ataque que os afaste da história como está escrita. Junto com Lorde George ele dá a ideia ao príncipe de eles fazerem um ataque surpresa ao acampamento dos ingleses. O’Sullivan diz que concorda com esta proposta contanto que em vez de serem duas colunas de ataque formadas por Jamie em uma e George na outra, seja George e Jamie juntos, e O’ Sullivan e o príncipe liderando a outra. Jamie não queria concordar, mas Lorde George aceita. O príncipe se perde no escuro, não chegando ao local combinado, e o general cancela o ataque. O episódio se conclui com o anúncio de Murtagh que no dia seguinte a batalha aconteceria em Culloden. E assim seja...
    
       
Por Tuísa Sampaio
       

23 de jun. de 2016

Livro X Série de TV: Episódio 11 Vengeance is mine

Episódio 11: Vengeance is mine (“A vingança é minha”- Tradução livre)
       
O episódio 11 foi escrito por “ela mesma”, Diana Gabaldon, e narrou os acontecimentos previstos para acontecer nos capítulos 43 (Falkirk), 44 (No qual muitas coisas dão errado) e um trechinho do final do 45 (Malditos sejam todos os Randalls) de bônus de A Libélula no Âmbar. De tal maneira, o capítulo 42 (Reencontros) foi pulado. Vamos então delinear as principais semelhanças e diferenças do episódio desta semana em relação à obra de Diana Gabaldon:
       
  • A igreja em Farlkirk: no final do capítulo 42, Claire está levando os homens de Jamie para encontrar-se com ele em Stirling. Como os acontecimentos dos capítulos foram invertidos na série de TV, isso não foi possível. No livro, enquanto ia visitar o avô, Jamie mandou seus homens para casa, e estes foram presos como desertores. Uma vez soltos, Claire que os levou até Jamie, visto que ele estava em Stirling tentando convencer o príncipe a soltá-los, e Claire tinha permanecido próxima à prisão dos homens, portanto quando a ordem chegou, ela os conduziu a Stirling. Como tal acontecimento lógico não era possível nas telas, a adaptação levou Jamie e Claire a obedecer a ordens do príncipe Charles mandando-os conseguir alimentos e alojamentos para os soldados em Inverness. No caminho, eles são atacados por Casacas Vermelhas, e acabam se refugiando em uma igreja. O capítulo 43 inicia-se com o acampamento de Claire e dos homens de Lallybroch na estrada, onde ela escuta um deles tocando gaita de foles. Durante o trajeto, quando Claire já havia se reencontrado com Jamie, chegaram as informações que o exército escocês acabaria por se encontrar com os ingleses ao sul do castelo de Stirling e alguns batedores disseram a Jamie que os highlanders haviam sido vistos e assim decidiram ir o mais distante possível do monte Falkirk, por onde passaria pelas tropas de Dougal. Enquanto isso mandou que Claire procurasse santuário em uma igreja que ficava no topo do monte, pois ele se encontraria com ela depois lá. Enquanto Claire estava na igreja, ela conseguia ouvir barulhos de uma provável batalha que ocorria no monte. De repente, Claire é surpreendida com a entrada de Dougal e seus homens na igreja carregando um Rupert ferido. No livro, a igreja estava no escuro, e Dougal não permitiu que fossem acesas luzes para que os ingleses não soubessem onde eles estavam. Claire teve que tentar tratar de Rupert no escuro. Claire começa a tentativa de ajudar Rupert, quando Jamie chega à igreja a procura dela. Assim que ele entra, avisa que há Casacas Vermelhas no sopé da colina e que logo eles saberiam que a igreja era onde os highlanders se escondiam. Dougal apoia Rupert em sua dor, mas Claire sabe que não há nada que se possa fazer por ele. Assim, Rupert pede que Dougal acabe logo com sua vida para que ele não sofra e requisita que Claire segure sua mão enquanto morre, e brinca com Jamie que Claire deveria ter se casado com ele, quando então Dougal enfia a adaga em seu esterno. Claire e Jamie abraçaram Dougal enquanto ele chorava pela morte do amigo e lamentaram junto com ele. Na série, resolveram poupar Rupert em balanço ao fato de já terem matado Angus. Assim, Rupert levou uma bala no olho, perdendo-o. Eles buscaram a igreja enquanto estavam sendo perseguidos pelos Casacas Vermelhas também para que Claire pudesse tratar do olho de Rupert. A série e o livro seguiram caminhos diferentes para chegar até a igreja, uma vez lá, os principais pontos modificados foi o fato de Rupert não morrer, e os cavalos não terem entrado na igreja (o que acontece no livro), pois nenhuma igreja usada como locação aceitou tal solicitação como informado por Diana Gabaldon no Inside the world do episódio onze.
       
       
Com os primeiros raios de luz, no livro, vieram os gritos dos ingleses que cercavam a igreja com um pedido de rendição dos highlanders . Jamie então disparou sua arma contra os soldados. Em seguida, os soldados avisam que se os highlanders não se renderem, eles vão atear fogo na igreja. É quando Claire pergunta se eles nunca ouviram falar de santuário e os Casacas Vermelhas percebem que há uma mulher inglesa entre os highlanders, e Dougal confirma que há uma inglesa entre eles, e que eles a estão mantendo prisioneira. A diferença do livro em relação à cena do episódio é que na TV, Jamie se voluntaria para se render já que há um preço em sua cabeça, enquanto no livro o grupo highlander como um todo, o que inclui Jamie, não estava disposto a se render. Além disso, na versão da TV, os ingleses não os ameaçam com fogo, mas Murtagh percebe que se atirassem ali, o teto da igreja poderia pegar fogo. Para impedir que o marido se entregasse, Claire grita por socorro, ela mesmo se passando por refém, ou seja, não foi algo que saiu da cabeça de Dougal pelo deslize dela de ser ouvida pelos Casacas Vermelhas como no livro. Em A Libélula no Âmbar, ao escutar Dougal dizendo que Claire é uma prisioneira, Jamie se assusta, e o seu tio explica que essa é a única chance deles. Permitir que os soldados ingleses a levem em troca de suas liberdades, pois eles não farão mal a ela, e Jamie e os homens podem resgatá-la depois de livres. A isso Claire responde:
       

“— Faça isso! — eu disse com urgência. — Dougal tem razão, é nossa única chance!


Ele olhou para mim com ar de desamparo, raiva e medo misturados em seu rosto. E sob tudo isso, um traço de humor diante da ironia subjacente da situação.


— Sou uma sassenach, afinal de contas — disse, percebendo a ironia.


Ele tocou meu rosto de leve com um sorriso melancólico.


— Sim, mo duinne. Mas você é minha sassenach. — Virou-se para Dougal, aprumando os ombros. Respirou fundo e fez um sinal com a cabeça.”
       
Jamie sugere que ela pareça estar em estado de choque porque eles não podem descobrir a verdadeira identidade de Claire. Ele sai da igreja com ela no colo, depois de ter sugerido que ela desmaiasse, uma vez fora da igreja, a deixa no chão. A mudança em relação à série de TV neste ponto seria que Fergus sugere que ela desmaie quando Jamie comenta que ela deveria parecer menos culpada. E é Dougal quem a carrega e a entrega nos braços de um oficial inglês para que não vejam Jamie ali dentro. Em termos da construção da igreja, a única coisa que fugiu um pouco para longe da minha imaginação foi a iluminação, pois como a igreja era descrita como escura e eles ficaram lá boa parte da noite sem luzes, eu não tinha essa visão tão definida deste trecho como foi montado na versão da TV.
       
  • Claire e os soldados ingleses: o capítulo 44 inicia-se com Claire tentando se aquecer em uma fogueira no acampamento dos Casacas Vermelhas. Eles estavam a caminho de uma estalagem, mas pararam para passar a noite ao relento. Ela escutou as conversas dos soldados e descobriu que a batalha de Falkirk não havia acontecido ainda e o que ela havia ouvido tinha sido uma pequena escaramuça entre os Mackenzies e os soldados do rei George. É Claire quem conta aos ingleses que ela era uma viúva de sobrenome Beauchamp e não, Dougal como ocorre no episódio. Ao perceberem que Jamie, o ruivo era um dos captores de Claire, os soldados decidiram enviá-la para o sul, onde deveria entregar informações sobre ele. Claire foi transmitida de um regimento a outro e passou mais de uma semana na estrada sem saber o que “sul” seria exatamente. Na viagem, um dos soldados se insinua para Claire, pois todos eles assumem que ela já tinha sido violentada pelos highlanders, mas outro soldado o afasta. No episódio, quando ela chega à estalagem para descansar, um dos soldados fica fazendo insinuações, entretanto nada faz. No dia seguinte, Claire é avisada que vai para Mansão Bellhurst. No caminho, Claire encontra um mendigo que ela considera familiar. No episódio, Claire reconhece Hugh Munro e disfarçadamente lhe passa uma mensagem para ser transmitada a Jamie por meio dele. No capítulo, assim que ela chega à mansão, ela encontra Mary Hawkins. No episódio, isso só acontece bem depois de ela descobrir quem seria o dono da residência e ter feito um suspeito trato com ele. No livro, assim que ela vê Mary, solta um grito, fingindo ter visto um rato para avisá-la que não pode dizer a ninguém a verdadeira identidade de Claire. O pai de Mary também estava hospedado na casa (e estava de saída) e aparece após os gritos. O Capitão Mainwaring, responsável por Claire, a avisa que ela será hóspede do dono da casa e entrega uma carta ao mordomo. Ela é conduzida ao Duque e ambos ficam surpresos ao se reencontrarem, ainda mais com ela usando um nome diferente, e descobrindo que Mary é afilhada do Duque. No livro, ao ficar sozinha com o Duque, eles começam a conversar. No episódio, a conversa ocorre durante uma refeição, após mostrar a busca de Jamie e Murtagh por Claire, onde Murtagh pergunta a Jamie se já havia ocorrido a ele que casar com Claire talvez não tivesse sido uma de suas ideias mais sábias e Jamie diz que isso nunca lhe ocorreu (Tinha que ser Diana para ter escrito essa cena, que apesar de não estar no livro, pois até este ponto estamos vendo as coisas majoritariamente pelos olhos de Claire, é uma resposta bem “a cara” de Jamie).

       
  • O duque de Sandringham e Mary: no capítulo 44, ainda durante a conversa com o Duque, ele fala que Claire é uma pessoa bem difícil de matar, e ela fica sem entender este comentário. Ele então chama um criado seu que ela percebe ser francês. É quando Claire vê a mancha na mão do camareiro e que liga dois com dois para chegar à conclusão que ele foi um dos homens que atacou a ela e Mary em Paris. Depois disso, ela xinga bastante o Duque, que diz que o rapaz foi azarado por não ter sido bem-sucedido em seus planos. Sandringham explica que tinha enviado o rapaz para matá-la, mas que eles e os amigos resolveram estuprá-la primeiro (e como efeito colateral conseguiram estuprar Mary e estragar o casamento que ele havia anteriormente arranjado para ela), entretanto sendo bastante supersticiosos, reconheceram-na como uma bruxa e fugiram. No episódio, quando Claire descobre por acaso a mancha na mão do camareiro e assim percebe que ele foi um dos homens que a atacaram, o Duque fica possesso que o rapaz se deixou ser reconhecido e afirma que não tinha intenção de matá-la, mas “apenas” de estuprá-la para satisfação do Conde (ele afirma que havia convencido o conde que seria melhor um estupro que uma morte) a quem ele devia dinheiro. Voltando para o livro, o motivo de o Duque tentar matar Claire não foi a dívida com Saint Germain, mas o fato que o Duque queria tirar Jamie de Paris porque ele estava frustrando alguns de “seus negócios”. Ele pensou primeiro em matar Jamie, mas achou que isso poderia ser perigoso, considerando a importância da família de Jamie na Escócia. Então sabendo da grande devoção que Fraser tinha pela esposa, imaginou que sua morte poderia atraí-lo para fora da França. Durante a conversa, Claire vê Hugh no jardim e finalmente o reconhece. Ela pergunta ao Duque se ele é realmente um jacobita, e ele responde que “não necessariamente”, devolvendo a questão, ela disse que não iria responder. No fim da conversa, ele insinua que ela tem um grande atributo naquela casa: ser mulher de Jamie, o ruivo e o fato de Jamie gostar bastante dela. Ou seja, mais uma vez as modificações levaram a um ponto em comum que seria o fato do Duque querer atrair Jamie para uma armadilha. Outra diferença seria que na TV, o Duque pede para Claire escrever uma mensagem para que Jamie venha resgatar Claire e ele, já que ele afirma que está sendo mantido em cárcere privado pelos ingleses e que seria um jacobita, mas depois revela a Claire que isso era apenas para atrair e entregar Jamie aos ingleses, quando logo em seguida a manda para aposentos onde deve ficar trancada. No livro, enquanto estava trancada no quarto, Claire vê pela janela Hugh sendo capturado pelos homens de Sandringham e grita pedindo para ver o Duque. Ela acabou adormecendo perante a porta e acorda com Mary entrando em seu quarto. No episódio, ela também vê Hugh do lado de fora da casa, mas ele não foi capturado e quando Mary entra no quarto, ela pede que Mary vá avisá-lo sobre a armadilha, mas Mary fica com medo, e Claire acaba indo ela mesma agora que a porta está aberta e encontra o Duque na cozinha. No livro, quando Mary entra no quarto, ela diz que conseguiu destrancar a porta, subornando a governanta para que ela ficasse trancada junto com Claire. Ela pergunta a Mary se esta ouviu ou viu algo sobre Hugh, é quando Mary lhe conta que enforcaram o mendigo. Na série de TV, Hugh permaneceu vivo, então essa acaba sendo uma mudança grande em relação aos livros. Será que reservam tarefas mais a frente para ele? Ou um tipo diferente de morte? A morte de Hugh acaba sendo algo bem triste nos livros, assim não ter que passar por isso na TV finda por ser um pequeno alívio mesmo que destoe dos livros. Achei que a morte dele foi bem gratuita na saga. Entrando novamente no mundo do livro, Claire pergunta o porquê de Mary estar hospedada com o Duque e é então que ela conta que foi para lá para conhecer o novo pretendente arranjado pelo padrinho. Na série de TV, o telespectador já sabe que Mary tem um novo pretendente, pois o Duque conta a Claire assim que os três estão reunidos. No livro, Mary está chateada porque ela foi instruída a fingir ser virgem em sua noite de núpcias, devendo se casar com o Sr. Issacson (não sei por que na série de TV mudaram o nome do noivo para Sr. Granger), um rico judeu. Já na série de TV, Mary dá a entender que o Sr. Granger já sabe do que aconteceu em Paris, mas quer uma aliança com o Duque de qualquer forma. No romance, devido ao frio, Claire e Mary vão para cama e se encolhem entre as cobertas. O engraçado desta cena é que quando Claire olha para Mary antes de ela mesma adormecer, ela percebe que a jovem dorme chupando o dedo. Claire acorda com alguém em cima de Mary enquanto a menina lutava, Claire se levanta e acende uma vela, e observa que Jamie é quem está lutando com Mary, pois a havia confundido com a esposa no escuro. Mary avisa que irá acompanha-los na fuga e Jamie acaba aceitando a contragosto.
       
  • Vinganças: enquanto escapam, Mary também reconhece Danton, o camareiro, como o rapaz que a atacou em Paris e grita isso bem alto; na série, Claire que informa isso a Jamie, quando ele chega ao resgate, e Mary por estar presente também escuta, e é a menina atordoada quem mata o jovem. No livro, achei a morte mais dramática pela fala de Jamie, que é quem mata Danton.
       
“— Você a chama de Dame Blanche — disse Jamie , entre dentes. — Eu a chamo de minha mulher! Então, que o rosto dela seja sua última visão!
A faca rasgou a garganta do sujeito com tal violência que fez Jamie grunhir com o esforço e uma cortina escura de sangue jorrar sobre sua camisa. O cheiro fétido de morte súbita encheu o patamar, com um som chiado e gorgolejante do montículo desmoronado no chão, que pareceu se prolongar por um longo tempo.”

       
As vinganças de Jamie são mais uma das características que o levam a ser “o rei dos homens”. Acho que ninguém mais mata alguém de uma forma tão excitante. Parece que até na hora de matar, ele tem a frase exata para dizer e causar o efeito “suspiro”. Uma vez fora da casa, Claire pergunta por Murtagh, e Jamie explica que ele deve ter ido procurar por Hugh, Claire conta sobre a morte do amigo. Logo em seguida, Murtagh aparece carregando um pacote. Durante o caminho, Claire descobre que Hugh teve ajuda de seu enteado mais velho Ewan Gibson, e Jamie teve que contar a triste notícia ao rapaz. Os highlanders pegaram o corpo de Hugh e levaram junto com o enteado até a casa da viúva. Murtagh entra na casa da viúva acompanhado de Mary, onde já estão Jamie e Claire.
       
“Murtagh colocou o alforje no chão, aos meus pés, depois se aprumou e olhou de mim para Mary, para a viúva de Hugh Munro e finalmente para Jamie, que parecia tão intrigado quanto eu. Tendo dessa forma se assegurado da atenção de sua plateia, Murtagh inclinou-se numa mesura formal para mim, uma mecha de cabelos escuros e molhados caindo livremente sobre sua testa.


— Trago-lhe sua vingança, senhora — disse ele, de uma forma tão serena como eu nunca o ouvira falar. Endireitou-se e inclinou a cabeça para Mary e para a sra. Munro. — E justiça pelo mal que lhes causou.


Mary espirrou e limpou o nariz apressadamente com uma dobra de seu xale. Olhava fixamente para Murtagh, os olhos arregalados e atônitos. Abaixei o olhar para o alforje bojudo, sentindo um calafrio profundo e repentino, que nada tinha a ver com o tempo lá fora. Mas foi a viúva de Hugh Munro quem caiu de joelhos e, com mãos firmes, abriu a sacola e retirou de dentro a cabeça do duque de Sandringham.”
       

       
Na série de TV, a cena da morte do Duque acabou sendo mostrada e foi autorizada por Jamie visto que ele sabia o quanto Murtagh queria essa vingança, a qual teria sido posta aos pés de Mary e Claire apenas, já que Hugh não havia morrido e, portanto, sua família não havia sido envolvida. De tal maneira, acaba sendo mais uma cena de ação com muito sangue, enquanto que nos livros a entrega da cabeça do Duque é bem mais uma surpresa, visto que ninguém até então sabia que pacote misterioso era esse que Murtagh carregava, muito menos imaginava que ele tivesse incorporado a Rainha de Copas.
       
  • “A oração”: a “migalha” de amor desta semana foi baseada no final do capítulo 45, mas acontece nas cenas iniciais do episódio. No livro, eles estavam tocados com os acontecimentos referentes a Mary e Alex que ainda não ocorreram na série, mas que eu imagino que ainda devam aparecer. Quando Claire acorda durante a noite, agarrada aos braços de Jamie, ela percebe que ele está acordado.



“— Volte a dormir, mo duinne. — Sua voz era suave, baixa e reconfortante, mas com um travo que me fez estender a mão para sentir as lágrimas em seu rosto.


— O que foi, meu amor? — sussurrei. — Jamie, eu o amo muito.


— Eu sei — ele disse serenamente. — Eu realmente sei, querida. Deixe que eu lhe diga em seu sono o quanto eu a amo. Porque as palavras que lhe digo quando está acordada são sempre as mesmas, não são suficientes. Enquanto você dormir em meus braços, posso dizer-lhe coisas que soariam tolas e loucas, e seus sonhos entenderão a verdade delas. Volte a dormir, mo duinne.


Virei a cabeça, o suficiente para que meus lábios roçassem a base de sua garganta, onde seus batimentos cardíacos pulsavam devagar sob a pequena cicatriz triangular. Depois, repousei a cabeça sobre seu peito e entreguei meus sonhos em suas mãos.”
       
A versão feita para as telas não envolveu uma grande choque emocional anterior. Jamie observava Claire dormindo e faz uma espécie de “oração” em gaélico, a seguir traduzida:
       

“Deus, proteja minha amada, minha pomba branca. E a criança que ela possa ter um dia. Preserve-a da violência e do mal. Neste lugar e em cada lugar. Nesta noite e em cada noite."
       
Quando Claire o questiona sobre o que ele estava dizendo, ele faz a colocação que os sonhos dela reconhecerão a verdade de suas palavras, mas que enquanto acordados essas palavras podem soar tolas ou ridículas. E como sempre é lindo ver o romance entre o casal Fraser e acredito que esta tenha sido a melhor cena do episódio, a qual é concluída com os dois dormindo de “conchinha”.

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